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Com receio, CBF cancela mordomia
Tradicional "voo da alegria", que já rendeu inquérito
contra entidade em 98, não decola para a África do Sul
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, cancelou o
""voo da alegria" para a Copa
do Mundo da África do Sul. O
dirigente teme se desgastar
com seus convidados por
causa da confusa organização do primeiro Mundial no
continente africano.
Na quinta, os jogadores da
seleção colombiana tiveram
os seus quartos furtados no
dia que enfrentariam a África
do Sul, no Soccer City.
A dificuldade em conseguir ingressos para os jogos e
reservas nos hotéis para os
seus convidados também
ajudaram o dirigente a cancelar o ""voo da alegria".
A CBF costuma chamar
presidentes de federações,
dirigentes e representantes
do judiciário para assistir aos
Mundiais com todas as despesas pagas pela entidade
-passagens aéreas, estadia
em hotéis luxuosos com meia
pensão (café da manhã e
uma refeição) e ingressos para os jogos do Brasil.
O furto sofrido pela delegação colombiana não foi o
primeiro. No ano passado,
durante a Copa das Confederações, a seleção do Egito
também teve dinheiro furtado, e os responsáveis não foram encontrados.
O hotel Hyde Park Southern Sun, no norte de Johannesburgo, de onde foram levados cerca de US$ 3 mil da
delegação colombiana, servirá de concentração para a
seleção da Eslovênia a partir
do próximo dia 8 de junho.
Presidentes de federações
do Brasil também não receberam convites da CBF. O
presidente da entidade que
comanda o futebol gaúcho,
Francisco Noveletto, confirmou que convites oficiais
não foram feitos por Teixeira,
mas acreditava que pelo menos dez dirigentes iriam ao
Mundial no ""voo da alegria".
Nenhum deles embarcou
com a seleção em Brasília na
quarta. Habitualmente, todos pegam caronas no avião
fretado pela CBF para levar
os jogadores para as Copas.
No Mundial da França, em
1998, o Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro chegou a abrir inquérito sobre o
""voo da alegria", mas o caso
não seguiu em frente.
O presidente da CBF se recusou a entregar ao MP a lista
de participantes da viajem.
Na ocasião, aproximadamente 60 personalidades,
entre elas desembargadores
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, foram convidadas para assistir ao Mundial
com as despesas pagas.
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