São Paulo, sábado, 30 de maio de 1998

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Para técnico do Racing, não houve a penalidade

dos enviados a Ozoir-la-Ferrière

Para o técnico e alguns jogadores do Racing de Paris, o pênalti que resultou na derrota do time para os titulares da seleção brasileira no treino de ontem não existiu.
De modo geral, eles consideraram que a equipe brasileira não se esforçou durante o treino, motivo do equilíbrio e mesmo dos ataques realizados pelo Racing.
"Não acho que eles tenham jogado com a intenção de ganhar", afirmou o treinador Jean-Marie Lawniczak, 58.
Para ele, não houve falta sobre o atacante Bebeto no lance em que o preparador físico Marcos Moura Teixeira apontou o pênalti.
"Foi uma forma de fazer o Ronaldo treinar cobrança de pênalti", ironizou Lawniczak.
A opinião do treinador é compartilhada pelo meia Lelann, 27. Questionado sobre se pênalti havia sido inventado, respondeu: "É verdade, mas foi muito bem cobrado pelo Ronaldo".
Lelann declarou ter ficado satisfeito porque seu time conseguiu equilibrar o jogo com o Brasil.
Para a equipe parisiense, o fato de ser treino não tirou o valor de encontrar a equipe brasileira.
"Para nós, foi interessante. Tratamos de aproveitar todas as ocasiões que se apresentaram ao nosso time", disse Lawniczak, referindo-se às chances de gol que seu time conseguiu criar contra a defesa brasileira.
Por diversas vezes, os jogadores do Racing conseguiram passar pela defesa brasileira, mas não chegaram a completar com perigo contra o gol de Taffarel.
"Creio que criamos duas ou três ocasiões que fizeram a diferença, mas, infelizmente, não fizemos o gol, o que nos teria dado um enorme prazer."
Lawniczak dirige há 23 anos o Racing, que já foi um dos mais fortes times da França, e se diz um adepto do futebol ofensivo.
"Nossa equipe é reputada por tratar bem a bola." Hoje, o Racing está na Divisão Nacional, correspondente a uma terceira divisão.

Mais vontade
Menos satisfeito com o treino de ontem ficou o zagueiro Delgerry, 27, do Les Lillas, que jogou contra a equipe reserva. "O Brasil não jogou", afirmou.
Ele reclamou que Bebeto estava impedido quando marcou o gol que definiu o placar. "O bandeira (Marcos Moura Teixeira) marcou, mas o juiz (o preparador físico Paulo Paixão) confirmou o gol porque quis. Para mim, foi 0 a 0."
Já o técnico do Les Lillas, Camille Choquier, 56, considerou que a equipe reserva do Brasil, ontem, estava melhor do que a titular. "Ela estava muito mais viva, com mais velocidade, e a titular se resignou a ficar na espera."
Na opinião de Choquier a equipe reserva também não mostrou "grande coisa" no plano tático.
"Mas isso foi um pouco por nossa causa, pois jogamos bastante fechados", afirmou.
Segundo ambos os técnicos, não houve nenhum pedido da CBF para que as equipes evitassem jogadas mais duras durante o treino. (RA, JCA, MD)


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