|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Medo de errar
faz a diferença
THALES DE MENEZES
da Reportagem Local
Gustavo Kuerten perdeu
por dois motivos: não foi o
mesmo Kuerten do ano
passado e enfrentou um jogador que soube ser uma
cópia do Kuerten-97.
Marat Safin jogou sem
medo. A responsabilidade
de vencer estava dividindo
o mesmo lado da quadra
com o brasileiro.
A pressão, já perceptível
no semblante do jogador há
semanas, ficou escancarada
ontem no movimento do
braço, quase preso junto ao
corpo. O medo de errar
acabou tomando conta.
Dessa forma, as bolas começaram a sair curtas. O
receio de estourar o golpe
fez Kuerten acertar a rebatida sempre no meio da
quadra adversária, pouco
além do "T" que limita as
áreas de saque.
Erro fatal. Deixar um jogador de quase dois metros
golpear com tranquilidade
daquela área da quadra é
pedir uma bola rápida, longa e, pior, que vem de cima
para baixo. É o pesadelo de
qualquer tenista.
Faltou concentração. Faltou mais explosão física,
soltar o braço para atacar o
russo, deixar o rival incomodado. Faltou tranquilidade no quarto set, quando
o momento pedia mais troca de bola e menos porrada.
Faltou muita coisa, mas a
derrota pode ter efeito positivo. A queda no ranking
deve diminuir a badalação
e dar espaço para o brasileiro respirar.
Sem entrar na questão da
troca de técnico, descartada a curto prazo, uma parada para repensar a preparação de Kuerten para encarar o circuito é essencial.
Com a cabeça melhor, o
resto deste ano tem tudo
para ser melhor para Kuerten do que os mesmos meses em 1997. É hora de jogar
tênis, só isso.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|