da enviada a Paris

Com dores, contratempos com as raquetes mas sem ter perdido um set ainda na competição, Fernando Meligeni, 26, passou ontem às oitavas-de-final do Aberto da França, repetindo sua melhor atuação no torneio, a de 1993.
O tenista brasileiro, o 58º colocado no ranking mundial desta semana, superou o australiano Todd Woodbridge, 27, o 35º do mundo, com 7/5, 6/3 e 6/2, e já garantiu um lugar entre os 50 melhores tenistas do mundo, quando o torneio francês terminar, no dia 7.
"Eu não sou o salvador da pátria, eu não sou nada", disse Meligeni, que venceu seu jogo após a derrota de Gustavo Kuerten para o russo Marat Safin. "Estou fazendo meu jogo e as coisas têm dado certo. Mas está cada vez mais duro. Venci dois top 50. Mesmo quem é 100 vai lá e ganha de gente como o Guga (apelido de Kuerten ), que é o campeão."
Na próxima rodada, ele enfrenta o austríaco Thomas Muster, que ontem passou pelo belga Christophe Van Garsse.
Muster já derrotou Meligeni em três ocasiões, mas afirmou ontem que, por se tratar de oitavas-de-final de um Grand Slam, não há favoritos para o jogo de amanhã.
Meligeni jogou ontem na secundária quadra de número 9 e apesar do domínio no placar, teve uma grande preocupação durante sua partida. No segundo set, sentiu dores fortes na barriga e pediu para receber atendimento médico.
"Fiquei preocupado com ele naquele momento. Ele estava jogando bem, fazendo tudo o que estava planejado para vencer o Woodbridge, mas sua cara de dor era assustadora", comentou Ricardo Acioly, técnico do tenista.
Segundo o técnico, Woodbridge, líder do ranking mundial de duplas, saiu um pouco do jogo ao perceber que seu adversário se sentia mal. "É uma coisa chata de lidar. O Fernando, por sua vez, conseguiu segurar a dor, tomou um remédio, e seguiu no jogo", explicou Acioly.
Outro contratempo foi o encordoamento de suas raquetes, feitos para quadras mais lentas e molhadas, como as em que fez suas primeiras partidas.
Ontem, com a quadra seca, foi preciso que um amigo levasse às pressas, já no jogo, raquetes para terem as cordas trocadas. (FeP)



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