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ANÁLISE
Mais importante que o título é o fim dos dogmas
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
No primeiro tempo,
foi um jogo igual, mas
Kaká e Adriano fizeram
dois gols espetaculares. Essa
é a diferença. O Brasil tem
mais craques no ataque. No
segundo, ficou fácil. Em nenhum momento da partida
a Argentina marcou bem
por pressão, como fez em vários outros jogos contra o
Brasil.
Tão ou mais importante
quanto a ótima atuação do
Brasil e o título foi o fim de
vários dogmas que tinha o
Parreira.
O primeiro era que o Robinho precisava brilhar na Europa para jogar na seleção.
Ele não maravilhou nem é
ainda titular (Ronaldo e
Adriano são os preferidos do
Parreira), porém Robinho
mostrou que, se tiver chance
de jogar várias partidas seguidas, vai evoluir e se tornar um dos craques do time.
Nesse jogo, ele atuou pela esquerda, obrigando o zagueiro a sair na lateral e deixando um buraco no meio da
área. Aí é o seu lugar.
O segundo dogma era o de
que Cicinho não poderia jogar na seleção porque atua
de ala no São Paulo. Eu
também acreditei nisso. Mas
ele precisa melhorar na
marcação e se posicionar como um lateral quando o outro time tem a bola.
O terceiro dogma era o de
que a seleção teria de definir
um único esquema tático e
impor a sua maneira de jogar contra qualquer adversário durante os 90 minutos.
Pela primeira vez em três
anos, Parreira mudou o esquema durante vários jogos.
O quarto dogma era o de
que o time ficaria muito desequilibrado com o quarteto. Contra Alemanha e Argentina, Ronaldinho Gaúcho e, principalmente, Kaká
participaram bastante da
marcação no meio-campo.
Parabéns à seleção e ao novo
Parreira, que se permitiu ver
o futebol de outra forma.
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