|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Itália espera enfrentar o seu "Sheva"
Defesa se prepara para evitar que Shevchenko, mesmo apagado na Copa, repita alto rendimento que tinha no Milan
Para marcar o atacante,
que no Italiano tem a quarta
melhor média de gols da
história, Azzurra estuda usar
esquema defensivo especial
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
UIRÁ MACHADO
ENVIADO ESPECIAL A HAMBURGO
Andriy Shevchenko ainda
não mostrou na Copa o futebol
que o consagrou como um dos
maiores atacantes do mundo.
Sua mais recente participação
pela Ucrânia foi numa cobrança de pênalti defendida pelo goleiro da Suíça, depois de um 0 a
0 que persistiu ao longo de 120
minutos nas oitavas-de-final.
Para os italianos, porém, isso
não importa. Na Azzurra, não é
esse o atacante ucraniano esperado para o confronto de hoje
em Hamburgo.
Os integrantes da badalada
defesa italiana crêem que terão
de marcar "Sheva", apelido que
dão ao letal atacante ucraniano
do Milan, que tão bem conhecem após enfrentá-lo (ou jogar
com ele) por sete temporadas.
A equipe do técnico Marcello
Lippi prepara-se até mesmo
para exercer um sistema defensivo diferenciado para anulá-lo.
E não é à toa que a Itália prefere, preventivamente, enxergar "seu" Shevchenko, não o de
altos e baixos -com dois gols
marcados, é verdade- que tem
atuado pela Ucrânia na Copa.
Em sete temporadas jogando
pelo Milan, Shevchenko, 29,
tem uma coleção de feitos.
Ele está entre os dez maiores
goleadores como novato na Série A da Itália. No campeonato
de 1999/2000, quando debutou
no calcio, o ucraniano fez 24
gols e se tornou o artilheiro daquele ano. E não parou por aí.
Antes de se despedir do Milan, no fim do último Campeonato Italiano, e se transferir para o Chelsea (Inglaterra), seu
novo clube a partir de agora,
Shevchenko se tornou o mais
letal artilheiro não-italiano que
ainda está em atividade, ou seja, atualmente ele é o pior inimigo possível para enfrentar a
seleção Azzurra.
O goleador ucraniano fez 208
jogos pelo Milan e anotou 127
gols. Sua média (0,61 por confronto) é a quarta melhor de toda a história do calcio. Entre os
40 maiores artilheiros de todos
os tempos na Itália, "Sheva" é o
estrangeiro que aparece na relação e que ainda não se aposentou e o único jogador que
entrou para o grupo com menos de 210 jogos disputados.
Todo esse desempenho pregresso fez com que o técnico
Marcello Lippi montasse uma
estratégia para "encaixotar" o
camisa 7 da Ucrânia entre quatro de seus defensores.
Os zagueiros Barzagli e Cannavaro e os volantes Perrotta e
Gattuso terão a tarefa de formar em volta de Shevchenko
uma versão defensiva -e, esperam os italianos, mais eficiente
no seu propósito- do "quadrado mágico" ofensivo utilizado
pelo Brasil.
Com essa vigilância ostensiva, os italianos acreditam poder
evitar que, justo contra eles, o
atacante desperte no Mundial.
"Estaremos lidando com um
atacante de primeira grandeza", adverte Lippi, que no entanto procura valorizar o adversário de hoje além de Shevchenko. "Não podemos achar
que se o anularmos nossa classificação será mais fácil."
Essa tradicional preocupação com a defesa, porém, tem
feito a seleção de Lippi receber
muitas críticas, que o técnico
procura desqualificar: "São
exageradas", diz o treinador
italiano, que promete colocar
sua seleção jogando um "futebol de qualidade".
Mas talvez esteja na defesa o
principal ponto de congruência
entre os adversários de hoje.
Não que a Ucrânia possa ser
comparada à Itália nesse item,
já que levou quatro gols da Espanha logo na estréia. Mas,
após sofrer a goleada, os ucranianos já fizeram mais três partidas e não tomaram mais nenhum gol. Às afirmações de que
os jogos da Ucrânia não são
exatamente bonitos de assistir,
o técnico Oleg Blokhin responde: "Jogamos para vencer".
A filosofia foi incorporada
mesmo por aqueles que jogam
no ataque. Andriy Voronin, que
se contundiu e está fora da Copa, afirma: "Nosso estilo de jogo não é exatamente bom para
os fãs, mas tem funcionado para nós até agora. Nossa defesa
deve ser boa, já que jogamos
três jogos sem tomar gol".
NA TV - Itália x Ucrânia
Globo, Bandsports, ESPN Brasil,
Sportv e Directv, ao vivo, às 16h
Texto Anterior: Soninha: A estética do acerto Próximo Texto: Frases Índice
|