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Europa põe futebol em zona de conflito armado
Copas continentais prevêem jogos em Israel, envolvido em confronto bélico
Rival do Liverpool na Copa dos Campeões, Maccabi Haifa manda jogo em cidade bombardeada quase que diariamente pelo Hizbollah
DA REPORTAGEM LOCAL
O futebol não conseguiu passar incólume ao conflito armado que opõe Israel ao Hizbollah
há 19 dias. O sorteio das copas
européias trouxe incerteza para quatro clubes que terão rivais israelenses pela frente.
O que ainda não se sabe é se,
diante do fogo cruzado, os jogos
poderão ser realizados nos locais previamente marcados pela Uefa, entidade que comanda
o futebol no velho continente.
"O simples fato de se programar uma partida para uma cidade israelense é uma loucura.
A Uefa não pode nos colocar em
risco", disse o técnico do Liverpool, o espanhol Rafa Benítez.
Ganhador da Copa dos Campeões em 2005, o time inglês
tenta impedir que o jogo ocorra
em território israelense.
Para piorar, Haifa -que fica
próxima à fronteira com o sul
do Líbano, principal teatro de
operações do conflito- tem sido atingida diariamente por foguetes disparados por integrantes do Hizbollah.
Por enquanto, a situação não
preocupa a Uefa. Os primeiros
jogos programados para Israel
estão marcados para 10 de
agosto. Até lá, acredita a entidade, as coisas podem mudar.
"A situação tem se modificado diariamente e ainda temos
um pouco de tempo", disse Rob
Faulkner, porta-voz do órgão.
De imediato, a Uefa solicitou
às autoridades israelenses que
apresentem um plano com alternativas caso a segurança no
país torne inviável a realização
de partidas de futebol.
Entre 2000 e 2004, não houve jogos internacionais em Israel por causa da segunda Intifada, conflito que opôs israelenses e palestinos. No período,
os clubes mandaram seus jogos
em países como a Itália.
Com o fim da proibição, a Uefa passou a admitir confrontos
desde que eles fossem realizados apenas em Tel-Aviv, considerada uma das cidades mais
seguras do mundo -possui, por
exemplo, um moderno sistema
de destruição de mísseis inimigos em pleno vôo.
O futebol nunca soube ao
certo o que fazer com Israel.
Geograficamente, o Estado
(criado em 1948) está na Ásia.
Ali, porém, boa parte de seus
adversários se recusam a enfrentá-lo. São os países de
maioria árabe, caso do Líbano.
Por causa disso, Israel já passou pelas confederações da
Oceania e da África, além da
própria Ásia, antes de chegar à
Europa, quando foi aceita em
1994 e passou a enfrentar adversários menos radicais no
campo político-religioso.
O futebol israelense disputou
uma única Copa do Mundo: a
do México-70, na qual foi eliminado na primeira fase após empates com Suécia e Itália e derrota para o Uruguai.
O conflito também atrapalha
o futebol do Líbano. A Confederação Asiática de Futebol solicitou ao país que indique campos neutros para dois confrontos previstos pelas eliminatórias da Copa do continente,
contra Bahrein e Austrália (nos
dias 6 e 15 de setembro).
Bin Hammam, presidente da
confederação, disse que as datas não serão modificadas. "Se o
cenário de violência prosseguir
até setembro, precisamos pensar em jogar em locais mais seguros", afirmou o cartola.
A Austrália, que fará a sua estréia jogando pelo continente
asiático (o país deixou a Oceania por causa de sua superioridade em relação aos rivais), diz
esperar poder viajar a Beirute
normalmente para o jogo.
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