São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

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ORGANIZAÇÃO

Gasto bilionário garante evento, mas com falhas

Apesar dos problemas nas instalações não-olímpicas e da confusão dos ingressos, Jogos transcorrem com segurança

Cidade perde a chance de avançar na infra-estrutura urbana e no meio ambiente, mas ganha sedes de alto nível, de futuro incerto

DA SUCURSAL DO RIO
DOS ENVIADOS AO RIO

A panorâmica do Pan registra uma imagem positiva: apesar das obras feitas a toque de caixa e com muito mais caixa do que se previa, pode-se afirmar que o evento deu certo. Não houve nenhum erro da organização que comprometesse os Jogos como um todo, e alguns acertos contribuíram para uma feliz impressão geral.
Mas, na hora de olhar os detalhes, não faltam problemas a se destacar. Alguns, como as confusões em torno dos ingressos, nem tão detalhes assim e constrangedores para um país que deverá ser sede da Copa do Mundo de 2014 e ainda sonha abrigar a Olimpíada de 2016.
Como justificar, por exemplo, que, com tanto tempo para se arrumar um lugar para o beisebol e o softbol, tenha sido escolhida uma área que, sabidamente, não resiste nem a uma garoa? Quem foi ao primeiro Rock in Rio, em 1985, lembra-se bem de como a então recém-batizada Cidade do Rock virou um pântano com as chuvas de verão -que às vezes caem no inverno. Mas nem o mais doido metaleiro indicaria o terreno para a prática de algum esporte que dependa de superfície seca.
Obras de infra-estrutura que poderiam capacitar o Rio para vôos maiores não foram feitas. Não se criou um acesso por metrô à Barra da Tijuca, epicentro dos Jogos, nem se iniciou a despoluição da baía de Guanabara.
Além da animação do público, que se engajou no evento e só pecou por excesso (casos das vaias na ginástica e no atletismo), o lado positivo do balanço também tem de ser creditado à construção de novas arenas, de nível olímpico. Resta saber o que será feito delas agora.
Se ficarão entre os acertos ou irão para os erros do Pan.


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