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FESTA
Mais uma vez, Maracanã destina vaias a políticos
Presidente da Odepa diz ter visto o melhor Pan da história e destaca o fato de a competição não ter registrado doping
Ao dar aval aos Jogos do Rio, Mario Vázquez Raña atende ao anseio dos dirigentes brasileiros, que sonham com os Jogos Olímpicos
Fernando Donasci/Folha Imagem
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Cerimônia de encerramento dos Jogos Pan-Americanos no Rio, realizada ontem à tarde no estádio do Maracanã, que, a exemplo do que ocorreu na festa de abertura, rgistrou vaias a políticos
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O Maracanã voltou a ser palco de vaias para os políticos. A
organização do Pan, porém, ganhou o elogio que tanto esperava. Em seu discurso, o presidente da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), o
mexicano Mario Vázquez Raña, afirmou que o Rio organizou a melhor edição da história.
A frase não é novidade, já foi
repetida em outras edições,
mas ficou fora no pronunciamento em Santo Domingo-2003, marcado pela desorganização. Ao dar o seu aval aos Jogos do Rio, Raña apoiou publicamente a candidatura do país
aos Jogos Olímpicos em 2016.
"O Pan passa para a história.
Demostramos ao mundo que
podemos realizar nas Américas
os Jogos Olímpicos. Até 2016",
disse o mexicano.
A declaração de Raña surpreendeu. Anteontem, o dirigente evitou citar "o melhor
Pan" da história em entrevista
coletiva. Ele ainda disse que o
Pan não era passe para um país
sediar os Jogos Olímpicos.
Raña também elogiou os
atletas e o esquema de segurança e disse que a competição foi
um dos Jogos "mais limpos".
Até agora, nenhum atleta foi
flagrado no exame antidoping.
O presidente do Co-Rio, Carlos Arthur Nuzman, também
fez elogios à organização. "A cidade transcorreu na mais perfeita ordem e consolidou a capacidade do Brasil de realizar
grandes eventos", gritou ele.
Apesar da festa, os políticos
foram novamente vaiados. Na
cerimônia de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
recebeu vaias dos torcedores.
A situação embaraçosa o irritou e gerou uma crise no governo, que acusou opositores de
orquestrar o protesto. Por causa da manifestação popular, ele
não declarou aberto o evento.
Ontem, além de Lula, que
não foi ao estádio, o prefeito
Cesar Maia (DEM) e o governador do Rio, Sérgio Cabral
(PMDB), foram alvo do público. Todos receberam vaias
quando o presidente da Odepa
agradecia ao apoio de cada um
deles na organização. Os governos (federal, estadual e municipal) gastaram cerca de R$ 3,7
bilhões no Pan. O valor é quase
800% superior ao previsto.
"Achei as vaias normais. Eu
tinha orquestrado as vaias para
o Lula e agora fiz isso para
mim", disse Maia, em tom de
ironia, ao deixar o Maracanã.
A cerimônia de encerramento não foi tão bonita e empolgante como a de abertura.
Enquanto Fernanda Abreu
cantava sucessos do funk, atletas e o público começaram a
sair antes do fim do evento. Se
na primeira festa o estádio estava lotado, ontem havia vários
clarões nas arquibancadas.
Os bombeiros que atuaram
no resgate dos corpos do acidente em Congonhas, em São
Paulo, homenagearam as vítimas com a bandeira do Brasil.
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