São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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Chineses manterão censura na internet

Após críticas, comitê organizador diz que está obrigado só a dar acesso à rede

Anistia Internacional, cujo site é bloqueado no país, divulga relatório e afirma que país deixou de cumprir suas "promessas olímpicas"


DA REPORTAGEM LOCAL

A organização dos Jogos Olímpicos de Pequim afirmou hoje que o acesso à internet não será livre para a imprensa internacional durante o evento, conforme havia anunciado, por diversas vezes, o Comitê Olímpico Internacional (COI).
"Nosso compromisso era fornecer o acesso necessário para o trabalho dos repórteres", disse Sun Weide, porta-voz do Bocog (comitê organizador).
Sun confirmou que sites ligados ao movimento espiritual Falungong, banido no país, não estarão disponíveis para conexão, assim como endereços que ele preferiu não divulgar.
Desde a designação da China como sede da Olimpíada, em 2001, o COI, por reiteradas vezes, garantira à imprensa internacional que haveria "total liberdade" para o desempenho de funções jornalísticas pelo menos durante os 19 dias de programação oficial.
Sites internacionais de notícias, como os de BBC e CNN, também seguiam bloqueados até ontem no MPC (centro internacional de imprensa).
Além disso, é impossível acessar na China site de organizações humanitárias como a Anistia Internacional, entidade multinacional defensora dos direitos humanos. Ontem, a ONG divulgou relatório no qual acusa o país asiático de "quebrar sua promessa" com relação ao respeito aos direitos humanos e liberdades individuais.
A entidade monitora as atividades do governo chinês desde que o país foi confirmado pelo COI como organizador dos Jogos Olímpicos.
Segundo a Anistia, a China não reduziu a perseguição a ativistas de direitos humanos, prisões de dissidentes sem julgamento e a censura à imprensa, além de manter a pena de morte em seu território -mesmo sob protestos da comunidade internacional.
O governo respondeu prontamente, classificando o relatório de "injusto e preconceituoso". "Qualquer pessoa que conheça a China sabe que essas palavras não são verdadeiras", disse o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Liu Jianchao, sobre o documento.


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