São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 2002

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Time mais inexperiente desde 90 tenta refazer trajeto de Ana Moser e cia.

Brasil busca volta ao passado no Mundial

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O vôlei feminino do Brasil tenta voltar ao passado no Mundial da Alemanha e refazer, a partir de sua estréia hoje, o caminho traçado há mais de dez anos pela geração de Fernanda Venturini, Marcia Fu, Ana Moser e cia.
Esta é a primeira vez desde que o Brasil passou a integrar a elite do esporte que a equipe passa por uma renovação drástica em um dos dois principais torneios do mundo -Olimpíada e Mundial.
Onze das 12 jogadoras do time de Marco Aurélio Motta nunca estiveram em um Mundial adulto -a média da seleção é 23,9 anos.
Quatro (Marina Daloca, Soninha, Fabi e Arlene) não estiveram nem sequer em torneios deste nível nas categorias de base.
Outras três atacantes saltaram da equipe juvenil para a adulta em menos de um ano. Sassá, Sheila e Paula Pequeno venceram o Mundial da categoria na República Dominicana, no ano passado.
Salto semelhante haviam dado as jogadoras que formaram o grupo mais vencedor do vôlei nacional. Em 1987 e 1989, a geração de Ana Moser, Marcia Fu, Fernanda Venturini e cia. conquistou o bicampeonato mundial juvenil.
Em 1990, a equipe adulta brasileira formada por essa base subiu ao pódio pela primeira vez em um torneio intercontinental -Jogos da Amizade, em Seattle.
No Mundial do mesmo ano, nove das ex-juvenis foram à China -a média de idade era 22 anos.
O time que estréia hoje na Alemanha e busca afirmar sua nova formação, vive, neste Mundial, situação oposta à do que vestiu a camisa brasileira de 90 até o campeonato no Japão, há quatro anos.
Levando na bagagem a conquista da medalha de bronze em Atlanta-1996 e os títulos dos Grand Prix de 1996 e 1998, a equipe mais experiente em Mundiais desde 1990 -tinha média de idade de 26,6 anos- chegou como uma das favoritas ao título.
No Mundial anterior, no Brasil-94, ficara em segundo, o melhor resultado do país na história.
Mas, mesmo com experiência e favoritismo, o time decepcionou. O quarto lugar marcou o fim de uma geração com a aposentadoria de Fernanda Venturini e o último Mundial de Ana Moser.
A renovação que fez essas jogadoras serem alçadas ao time principal, no entanto, foi diferente da feita na equipe deste ano. Motta optou por fazê-la após a debandada de cinco titulares -Érika, Fofão, Walewska e Raquel saíram por divergências com o técnico, Virna, por problemas pessoais.
Única remanescente do bronze em Sydney-2000, a meio Karin, 30, sabe das limitações do time atual. "Falta nível internacional e qualidade técnica. Terminar entre as cinco ou seis melhores não seria nada mal", afirmou Karin.
No entanto, as atletas crêem que podem repetir o bom desempenho no GP -o time ficou em quarto. "O primeiro objetivo é a classificação, o segundo, uma medalha. Acho que temos condição de fazer isso", disse Sassá.


Colaborou Marcelo Sakate, da Reportagem Local



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