São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nova geografia acirra busca do bronze

DA REPORTAGEM LOCAL

"A final dificilmente deixará de ser entre Rússia e China. Depois, qualquer um pode surpreender."
A declaração do técnico do Brasil, Marco Aurélio Motta, demonstra o que deve ser a disputa mais equilibrada pela medalha de bronze das últimas quatro edições do Mundial, período em que o Brasil se firmou como uma das principais seleções do mundo.
Um degrau abaixo de russas e chinesas, o campeonato da Alemanha vê uma série de países nivelados. Itália, Alemanha, EUA, Holanda e até mesmo o Brasil têm chances de subir ao pódio.
As italianas foram vice-campeãs européias e, com essa equipe, classificaram o país pela primeira vez para uma Olimpíada, em Sydney, há dois anos.
Os EUA, primeiro colocado do Grand Prix-2001, caíram de rendimento neste ano. Alemanha, bronze no GP-2002, e Holanda também estão crescendo.
As brasileiras, por sua vez, apesar da renovação forçada ficaram em quarto no Grand Prix e derrotaram americanas e italianas em amistosos na semana passada.
Com a decadência do vôlei peruano no fim dos anos 80, a década de 90 assistiu à hegemonia de Rússia, China, Cuba e Brasil, que se revezaram no pódio das principais competições internacionais -Olimpíada, Mundial e GP. Em Barcelona-92, as russas competiram como CEI. Um degrau abaixo, estavam os EUA.
Com a renovação da equipe cubana, atual bicampeã mundial e tri olímpica, após os Jogos de Sydney, Rússia e China mudaram a geografia do vôlei feminino.
Os dois times fizeram mudanças em suas equipes, mas conseguiram manter a regularidade não alcançada por outros times nos últimos dois anos.
As cubanas chegaram ao ouro em Sydney com uma equipe que contava com sete jogadoras que estiveram nas três campanhas: Mireya Luiz, Marlenis Costa, Izquierdo, Regla Torres, Regla Bell, Ana Fernandez e Idalmis Gato.
Com a aposentadoria de suas principais atletas, Cuba foi obrigada a renovar a seleção. A mudança, até agora, não deu resultados. O time foi sétimo no Grand Prix deste ano -ficou à frente apenas da fraca Tailândia.
O principal problema das cubanas é com as levantadoras. A equipe joga em um esquema diferente do da maioria das seleções com duas atletas em quadra executando a função. Mas Lianna Mesa e Anniara Muñoz ainda não conseguiram substituir à altura Marlenis Costa e Taimaris Aguero.
Para o Mundial da Alemanha, a seleção cubana terá o reforço de Regla Torres, eleita a melhor jogadora do século pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei). No entanto, a jogadora, que ainda está recuperando sua forma física, não foi confirmada como titular.
As chinesas, duas vezes campeãs mundiais, continuam figurando entre as favoritas mesmo depois de iniciarem uma renovação após o decepcionante quinto lugar em Sydney-2000.
A média de idade da equipe para este Mundial -levando-se em conta as 18 jogadoras inscritas- é de 22,6 anos. A atual seleção brasileira tem média de 23,9 anos.
O projeto da China é montar um "time de ouro" para os Jogos que organizará em Pequim, em 2008, mas já colhe frutos com suas novas jogadoras. As chinesas foram vice-campeãs das duas últimas edições do Grand Prix.
A Rússia, cinco vezes campeã mundial e primeira colocada no Grand Prix deste ano, mantém um elenco forte desde a conquista da medalha de prata em Sydney.
O time conta com a volta da levantadora Tatiana Gratcheva, uma das musas do vôlei. (ML)



Texto Anterior: Time faz jogo-chave na estréia
Próximo Texto: O que ver na TV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.