São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2004

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FUTEBOL

Vitória magra, como a registrada no mais tradicional clássico paulista, é o resultado que mais cresce no Nacional

Exceto o Santos, Brasileiro celebra o 1 a 0

DA REPORTAGEM LOCAL

O resultado de ontem entre Corinthians e Palmeiras foi normal, especialmente para o atual Campeonato Brasileiro. Segundo o Datafolha, o placar que mais cresce no futebol nacional é exatamente a chamada vitória magra.
Além de Corinthians 1 x 0 Palmeiras, o Flamengo se distanciou da zona do rebaixamento ontem ao vencer pela contagem mínima o São Caetano no ABC.
Os números mostram o que o torcedor da grande maioria dos times já percebeu: as equipes não têm se arriscado muito para não sair em desvantagem.
O placar mais freqüente no torneio, o 1 a 0, teve um aumento de 50% em relação à edição de 2002, a última sem pontos corridos, em que ""cada jogo é uma decisão" -pulou de 13,6% para 20,4%. Na média, a cada cinco partidas neste ano há um jogo de apenas um gol.
O placar de 0 a 0 também aumentou no Brasileiro. Em 2002, 5% dos jogos do Nacional terminavam sem gols. Agora, esse número passou para 6,8%.
Há uma grande preocupação dos times em marcar primeiro porque viradas, como a do Atlético-PR para cima do rival Coritiba ontem (2 a 1), é coisa rara.
Contando a rodada deste final de semana, a equipe que fez o primeiro gol terminou a partida com a vitória 67,2% das vezes -levou a virada e saiu derrotada em apenas 10% dos jogos.
A história de que 2 a 0 é um placar perigoso é ainda mais furada neste ano. Em 2002, uma equipe que atingiu esta vantagem perdeu em 5,8% das vezes. Nesta temporada, só em 1% dos jogos quem abriu 2 a 0 acabou derrotado.
A média de gols do Nacional é a mais baixa dos últimos anos (2,69). Dois anos atrás, quando ainda não valia o sistema de pontos corridos, a média superava os três gols por jogo (3,02).
Houve um aumento significativo no número de empates também, demonstrando um maior equilíbrio entre as equipes. Com a rodada do fim de semana, que teve cinco empates, as igualdades passaram de 20,6% em 2002 para 27,8% em 2004 -houve um crescimento de 35%.
A equipe do Santos é a única que de fato vai contra a corrente dos empates. O time de Vanderlei Luxemburgo, que ontem empatou com o Cruzeiro por quatro gols, no Mineirão, é o que menos empata no campeonato (apenas três vezes) e, quando empata, não economiza nos gols. Além dos oito gols ontem, obteve dois 3 a 3.
O clube da Vila Belmiro também tem sido o que mais combate a crise de gols. Seu ataque já marcou 64 gols e busca o recorde do Cruzeiro do ano passado -superou os cem tentos.
O Santos marca 2,37 gols por partida, mas sua defesa não inspira tanta confiança -sofre 1,63 gol, em média por jogo. Assim, as partidas do Santos têm sido bem atrativas. Registram 4 gols em média (número 48,7% superior à média de gols por jogo registrada no campeonato).
O Santos, que no ano passado ficou conhecido como o ""time das viradas", não consegue fugir da tendência atual de ""quem marca primeiro leva". Quando deixou o adversário marcar antes, perdeu nove jogos e virou só duas vezes o placar -em 2003, o Santos de Leão venceu 11 vezes após sair em desvantagem no marcador.

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