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FUTEBOL
Vitória magra, como a registrada no mais tradicional clássico paulista, é o resultado que mais cresce no Nacional
Exceto o Santos, Brasileiro celebra o 1 a 0
DA REPORTAGEM LOCAL
O resultado de ontem entre Corinthians e Palmeiras foi normal,
especialmente para o atual Campeonato Brasileiro. Segundo o
Datafolha, o placar que mais cresce no futebol nacional é exatamente a chamada vitória magra.
Além de Corinthians 1 x 0 Palmeiras, o Flamengo se distanciou
da zona do rebaixamento ontem
ao vencer pela contagem mínima
o São Caetano no ABC.
Os números mostram o que o
torcedor da grande maioria dos
times já percebeu: as equipes não
têm se arriscado muito para não
sair em desvantagem.
O placar mais freqüente no torneio, o 1 a 0, teve um aumento de
50% em relação à edição de 2002,
a última sem pontos corridos, em
que ""cada jogo é uma decisão"
-pulou de 13,6% para 20,4%. Na
média, a cada cinco partidas neste
ano há um jogo de apenas um gol.
O placar de 0 a 0 também aumentou no Brasileiro. Em 2002,
5% dos jogos do Nacional terminavam sem gols. Agora, esse número passou para 6,8%.
Há uma grande preocupação
dos times em marcar primeiro
porque viradas, como a do Atlético-PR para cima do rival Coritiba
ontem (2 a 1), é coisa rara.
Contando a rodada deste final
de semana, a equipe que fez o primeiro gol terminou a partida com
a vitória 67,2% das vezes -levou
a virada e saiu derrotada em apenas 10% dos jogos.
A história de que 2 a 0 é um placar perigoso é ainda mais furada
neste ano. Em 2002, uma equipe
que atingiu esta vantagem perdeu
em 5,8% das vezes. Nesta temporada, só em 1% dos jogos quem
abriu 2 a 0 acabou derrotado.
A média de gols do Nacional é a
mais baixa dos últimos anos
(2,69). Dois anos atrás, quando
ainda não valia o sistema de pontos corridos, a média superava os
três gols por jogo (3,02).
Houve um aumento significativo no número de empates também, demonstrando um maior
equilíbrio entre as equipes. Com a
rodada do fim de semana, que teve cinco empates, as igualdades
passaram de 20,6% em 2002 para
27,8% em 2004 -houve um crescimento de 35%.
A equipe do Santos é a única
que de fato vai contra a corrente
dos empates. O time de Vanderlei
Luxemburgo, que ontem empatou com o Cruzeiro por quatro
gols, no Mineirão, é o que menos
empata no campeonato (apenas
três vezes) e, quando empata, não
economiza nos gols. Além dos oito gols ontem, obteve dois 3 a 3.
O clube da Vila Belmiro também tem sido o que mais combate
a crise de gols. Seu ataque já marcou 64 gols e busca o recorde do
Cruzeiro do ano passado -superou os cem tentos.
O Santos marca 2,37 gols por
partida, mas sua defesa não inspira tanta confiança -sofre 1,63
gol, em média por jogo. Assim, as
partidas do Santos têm sido bem
atrativas. Registram 4 gols em
média (número 48,7% superior à
média de gols por jogo registrada
no campeonato).
O Santos, que no ano passado ficou conhecido como o ""time das
viradas", não consegue fugir da
tendência atual de ""quem marca
primeiro leva". Quando deixou o
adversário marcar antes, perdeu
nove jogos e virou só duas vezes o
placar -em 2003, o Santos de
Leão venceu 11 vezes após sair em
desvantagem no marcador.
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