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PARAOLIMPÍADA
Criado em 1995, comitê que controla esporte no Brasil pode ver pela primeira vez disputa pela presidência
Término dos Jogos abre processo eleitoral
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Encerrada a Paraolimpíada de
Atenas, o Comitê Paraolímpico
Brasileiro se prepara agora para
organizar seu processo eleitoral.
Embora ainda não haja nenhum candidato oficial, é quase
certo que esta será a primeira vez
que haverá disputa pelo comando
da entidade que dirige o esporte
paraolímpico no país.
O pleito deve ser realizado em
fevereiro. E o colégio eleitoral está
baseado em quatro entidades filiadas: Abradecar (Associação
Brasileira de Desportos em Cadeiras de Rodas), Abdem (Associação de Desportos de Deficientes
Mentais), ABDC (Associação Brasileira de Desportos para Cegos) e
Ande (Associação Nacional de
Desporto para Deficientes).
Para a assembléia geral, cada
entidade indica um delegado.
Além disso, cada filiada tem direito a nomear novos delegados
-no máximo cinco- de acordo
com o número de suas modalidades esportivas que estiveram no
programa dos Jogos de Atenas.
A disputa eleitoral é importante
para os atletas. Os 98 membros da
delegação brasileira que competiu em Atenas devem receber a
bolsa paraolímpica (de R$ 700) só
até dezembro. Depois disso, ainda
não há definição sobre o assunto.
O presidente do CPB, Vital Severino Neto, disse que o assunto
não o preocupa porque "em novembro ou dezembro já deve ser
sabido quem será o presidente".
O dirigente afirmou que estaria
sendo "hipócrita" se dissesse que
não gostaria de continuar no cargo -o estatuto do CPB permite
uma única reeleição.
Apesar de admitir sua intenção,
Severino não quis se alongar sobre o assunto em Atenas. Disse
que isso poderia atrapalhar o desempenho dos competidores. No
último dia da Paraolimpíada,
quando faltava só a final do futebol de 5, ele disse que era uma
questão a ser debatida no Brasil.
Postura parecida é adotada por
Ciraldo de Oliveira Reis, presidente da Abradecar e apontado
como um dos nomes fortes da
oposição. "Não há discussão em
torno disso agora", disse. "Isso vai
acontecer de maneira natural."
O dirigente, por enquanto, nega
qualquer pretensão de substituir
Severino. "Eu apóio o movimento
paraolímpico", afirmou ele. "Não
sou candidato e, se for, você pode
me chamar de moleque."
Das quatro entidades filiadas ao
CPB, a Abradecar é a única que
aparece no site do comitê com a
situação cadastral irregular.
Criado em fevereiro de 1995, em
Niterói, o CPB teve apenas dois
presidentes até hoje. O primeiro
foi João Batista de Carvalho, nomeado para ocupar o cargo.
No ano seguinte, foi reeleito nas
primeiras eleições. Após Sydney-2000, Severino participou do pleito como candidato único.
Desde 2001, o comitê recebe
verba da Lei Piva. No ano passado, foram cerca de R$ 10 milhões.
O jornalista Fernando Itokazu viaja a
convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro
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