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"Os alemães estavam anos-luz à frente dos outros", diz testemunha
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A FUJI
Ídolo da TV britânica, comentarista de automobilismo
da BBC desde 1949, antes da
criação da F-1, Murray Walker,
84, teve acesso ao paddock de
Donington naquele 2 de outubro de 1937. E viveu a chance de
ficar perto de seus ídolos, como
Bernd Rosemeyer, Richard
Seaman e Rudolf Caracciola.
Hoje relações-públicas da
Honda, ele falou à Folha, em
Fuji, sobre a experiência.
FOLHA - Quais são suas recordações daquela corrida?
MURRAY WALKER - Foi por causa
de um amigo da família, Joe
Woodhouse, que fui àquela corrida. Joe era distribuidor de
carros ingleses na Alemanha.
Ele tinha como hobby ser intérprete para a Mercedes e a Auto
Union quando eles iam para
países de língua inglesa. Sempre que ia para a Inglaterra ficava em nossa casa. E naquele
ano me levou à corrida. Fui no
paddock e consegui ficar ao lado dos meus ídolos. Lembro
que havia 80, 90 mil pessoas, o
que para a época, era muito.
FOLHA - Qual a importância daquele GP para o esporte?
WALKER - Ah, nunca havia existido nada como aquilo. A Auto
Union e a Mercedes estavam
anos-luz à frente dos outros. Os
nazistas gastavam uma enorme
quantidade de dinheiro para
produzir carros porque acreditavam que um automóvel alemão vencer os Alfa Romeo e as
Maserati seria bom para a imagem da Alemanha e especialmente dos próprios nazistas.
FOLHA - E o papel de Hitler?
WALKER - Bem, ele não esteve
naquela corrida, mas foi por
causa dele e de seu interesse genuíno em carros... Ele encorajou a nação e as montadoras a
se envolverem. Ele fazia pois
acreditava que a raça alemã era
superior às outras em tudo, inclusive nos esportes.
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