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Pior time do Brasil se diz abandonado
Lanterna da Série D do Brasileiro, Potiguar-RN defende
que sua má campanha é fruto da falta de apoio da CBF
NELSON BARROS NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Último colocado da última
divisão do futebol nacional,
o Potiguar de Mossoró, campeão do Rio Grande do Norte
em 2006, ostenta hoje a condição de lanterna entre cem
participantes -20 em cada
uma das séries A, B e C, e
mais os 40 integrantes da D.
O time foi o único que não
marcou nenhum ponto ao
longo da competição. Só
anotou três gols, e todos em
um mesmo confronto.
A média de público no estádio Nogueirão ficou em 625
pagantes. Colega de grupo, o
Santa Cruz, também eliminado pouco depois, registrou a
melhor média das quatro divisões (30.243 por jogo).
"A maior dificuldade é a
falta de apoio da CBF. Nas
outras séries, ela ajuda nos
custos de viagem, hospedagem, arbitragem, antidoping... Na D, você não tem
nada disso, só obrigações",
declarou Benjamim Machado, presidente do clube.
Ele critica a quase ausência de preparação. Quinto entre dez do Estadual-10, o Potiguar viu a vaga cair no seu
colo após as desistências do
Corintians de Caicó (2º) e do
Santa Cruz local (4º). ABC
(1º) e América-RN (3º) já estavam nas séries B e C.
"A gente tinha que dar o
sim ou não em cima da bucha. Concordei para não deixar o Rio Grande do Norte
sem representante, mas a
verdade é que eu não tinha
um centavo em caixa nem
nenhuma garantia futura",
disse Machado. Faltando 40
dias para o início do torneio,
já com o grupo desmanchado desde abril, o Potiguar estreou em 18 de julho graças a
um "catadão" na região.
O goleiro Wendel diz que
agora usa a Copa Oeste, promovida por uma liga local,
para não ficar parado. Sobre
a campanha na Série D, reclama de alguns colegas que
chegaram a "cair na noite".
"Alguns jogos atrasaram
bastante porque não tinha
ambulância", completa.
Procurada, a CBF não quis
se pronunciar. A Folha apurou que a própria entidade
considera a competição deficitária, sob a alegação de não
ter conseguido patrocínio.
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