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CBF ganha acervo para museu
Arquivo Nacional e outros órgãos doarão coleções à entidade que comanda o futebol no país
SÉRGIO RANGEL
DO RIO
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) vai contar
com o maior centro de preservação documental da
América Latina para reforçar
o acervo do seu museu.
A confederação fechou
parceria com o Arquivo Nacional. O prédio deverá ser
inaugurado antes da Copa
das Confederações, em 2013.
Pelo acordo assinado, as
duas entidades vão disponibilizar os seus acervos. A negociação não envolve troca
de dinheiro, segundo a assessoria de imprensa do órgão governamental.
O acervo tem mais de 2 milhões de documentos históricos. Funcionários da CBF já
trabalham no antigo prédio
da Casa da Moeda, que abriga os arquivos da instituição
federal desde 2002.
O principal alvo da entidade atualmente é o material
produzido pelo jornal carioca "Correio da Manhã", criado em 1901 e que foi um dos
mais influentes do país.
Escritores como Lima Barreto, Carlos Drummond de
Andrade e Graciliano Ramos
trabalharam na redação do
periódico, fechado em 1974.
Milhares de fotos da seleção brasileira produzidas pelo "Correio da Manhã" estão
guardadas no prédio do Arquivo Nacional.
Realizada no Brasil, a Copa do Mundo de 1950, por
exemplo, foi toda documentada pelo periódico.
Fotos preciosas, como a do
goleiro Barbosa chutando a
bola depois de sofrer o segundo gol uruguaio e outra
dos jogadores da seleção se
divertindo num churrasco
durante o Mundial, estão lá.
A proximidade dos políticos com a seleção também
pode ser observada no vasto
material colocado à disposição da confederação.
Parte dos documentos exibe fotos dos ex-presidentes
Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Emílio Garrastazu Médici junto
aos atletas ou comemorando
títulos obtidos pela seleção.
O centenário prédio no
centro do Rio, tombado pelo
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), guarda também o
acervo iconográfico da Agência Nacional, que funcionou
entre 1937 e 1979.
Além de fotos e textos, a
CBF poderá contar com imagens da extinta TV Tupi e
com um acervo sonoro valioso, composto por mais de 11
mil registros, entre discos e
fitas, referentes ao período
de 1902 a 1990.
Os destaques são os arquivos da Agência Nacional, da
Presidência da República,
das rádios Mayrink Veiga e
Jornal do Brasil. O extinto
Museu do Maracanã também
doou seu acervo à CBF.
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