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VELHO CARLITOS
Maior astro corintiano diz que encontrou a paz jogando no Brasil
"Aqui sou melhor", festeja Tevez
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal astro corintiano,
Carlitos Tevez, 21, está em paz. E
por essa razão sente-se melhor
como jogador. "Me faz muito
bem estar aqui. Para jogar tranqüilo tem que viver tranqüilo. Se
você encontra a paz fora de campo encontrará também dentro
dele. Aqui sou mais feliz e mais
jogador", afirmou o atacante em
recente entrevista ao diário esportivo argentino "Olé".
A saída da Argentina, onde reinou no Boca Juniors, foi inevitável, segundo ele. Não aguentava
mais ser controlado, sentia-se
preso, infeliz. Hoje, em São Paulo, morando com a noiva, Vanesa, e seu maior xodó, a filha Florência, afirma estar surpreso
com a forma como foi recebido.
Acha "louco" como um argentino pôde se tornar ídolo em tão
pouco tempo no Brasil.
"O que se passa comigo aqui é
muito forte. Os torcedores são
como os do Boca, pobres, sem
recursos, carinhosos e fazem de
tudo para ficar perto de seu ídolo", avalia o jogador.
Em São Paulo, Tevez leva uma
vida pacata. Gosta de ver televisão, brincar com a filha e cozinhar com Vanesa no apartamento em que vivem, na zona
leste da cidade. Sua especialidade, revela, é ravióli, mas fala que
ainda tem que melhorar.
Brincalhão, Tevez diz que Vanesa ainda não possui os dotes
culinários de sua mãe. "Tenho
saudades do bolo de batata e do
bife à milanesa de minha velha",
diz. "Mas a Vanesa está melhorando, estou me acostumando."
Longe de polêmicas amorosas
que tumultuaram sua vida na
Argentina, o jogador conta ter
amadurecido. Carlitos, hoje, é
parecido com o Carlitos que levou o Boca Juniors ao título da
Libertadores em 2003.
Afirma que o técnico Antônio
Lopes o chamou de canto e disse:
"Você continuará capitão. Gringo, você é o único que faz."
Com seus 25 gols na temporada, o artilheiro corintiano no
ano afirma que seu estilo goleador se deve à desobrigação de
marcar. "Não jogo diferente. O
que se passa é que agora estou
parecendo mais o Carlitos do
início da minha carreira."
"Na Argentina havia muita
pressão, sempre tinha que provar algo para as pessoas. No Brasil, não tive isso. Vim com a referência de minhas conquistas no
Boca. Hoje, entro em campo para me divertir", afirma Tevez.
Segundo ele, o futebol brasileiro favorece seu estilo de jogo. Para o atacante, os brasileiros são
taticamente menos preocupados
que os argentinos, mas "muito
mais técnicos". "Aqui há muitos
jogadores bons. Há de sobra. As
partidas têm muitos gols porque
não se marca nada."
O argentino criticou, no entanto, a organização do futebol brasileiro. "Nisso somos melhores.
Aqui há muitos jogos e não se sabe que torneio está jogando",
afirmou o jogador, que espera
ter vaga na Copa do Mundo.
Anteontem, ele foi convocado
para o amistoso com a Inglaterra, dia 13 de novembro, em Genebra. Nesse dia, o Corinthians
pega o Coritiba, pelo Brasileiro.
"Espero um lugar no Mundial,
mas não estou obcecado com isso. Se você pensa muito nisso,
acaba indo e jogando mal. Quero
estar bem para ajudar meu país
no Mundial", finalizou.
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