São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2005

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VELHO CARLITOS

Maior astro corintiano diz que encontrou a paz jogando no Brasil

"Aqui sou melhor", festeja Tevez

DA REPORTAGEM LOCAL

Principal astro corintiano, Carlitos Tevez, 21, está em paz. E por essa razão sente-se melhor como jogador. "Me faz muito bem estar aqui. Para jogar tranqüilo tem que viver tranqüilo. Se você encontra a paz fora de campo encontrará também dentro dele. Aqui sou mais feliz e mais jogador", afirmou o atacante em recente entrevista ao diário esportivo argentino "Olé".
A saída da Argentina, onde reinou no Boca Juniors, foi inevitável, segundo ele. Não aguentava mais ser controlado, sentia-se preso, infeliz. Hoje, em São Paulo, morando com a noiva, Vanesa, e seu maior xodó, a filha Florência, afirma estar surpreso com a forma como foi recebido.
Acha "louco" como um argentino pôde se tornar ídolo em tão pouco tempo no Brasil.
"O que se passa comigo aqui é muito forte. Os torcedores são como os do Boca, pobres, sem recursos, carinhosos e fazem de tudo para ficar perto de seu ídolo", avalia o jogador.
Em São Paulo, Tevez leva uma vida pacata. Gosta de ver televisão, brincar com a filha e cozinhar com Vanesa no apartamento em que vivem, na zona leste da cidade. Sua especialidade, revela, é ravióli, mas fala que ainda tem que melhorar.
Brincalhão, Tevez diz que Vanesa ainda não possui os dotes culinários de sua mãe. "Tenho saudades do bolo de batata e do bife à milanesa de minha velha", diz. "Mas a Vanesa está melhorando, estou me acostumando."
Longe de polêmicas amorosas que tumultuaram sua vida na Argentina, o jogador conta ter amadurecido. Carlitos, hoje, é parecido com o Carlitos que levou o Boca Juniors ao título da Libertadores em 2003.
Afirma que o técnico Antônio Lopes o chamou de canto e disse: "Você continuará capitão. Gringo, você é o único que faz."
Com seus 25 gols na temporada, o artilheiro corintiano no ano afirma que seu estilo goleador se deve à desobrigação de marcar. "Não jogo diferente. O que se passa é que agora estou parecendo mais o Carlitos do início da minha carreira."
"Na Argentina havia muita pressão, sempre tinha que provar algo para as pessoas. No Brasil, não tive isso. Vim com a referência de minhas conquistas no Boca. Hoje, entro em campo para me divertir", afirma Tevez.
Segundo ele, o futebol brasileiro favorece seu estilo de jogo. Para o atacante, os brasileiros são taticamente menos preocupados que os argentinos, mas "muito mais técnicos". "Aqui há muitos jogadores bons. Há de sobra. As partidas têm muitos gols porque não se marca nada."
O argentino criticou, no entanto, a organização do futebol brasileiro. "Nisso somos melhores. Aqui há muitos jogos e não se sabe que torneio está jogando", afirmou o jogador, que espera ter vaga na Copa do Mundo.
Anteontem, ele foi convocado para o amistoso com a Inglaterra, dia 13 de novembro, em Genebra. Nesse dia, o Corinthians pega o Coritiba, pelo Brasileiro.
"Espero um lugar no Mundial, mas não estou obcecado com isso. Se você pensa muito nisso, acaba indo e jogando mal. Quero estar bem para ajudar meu país no Mundial", finalizou.

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