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Sem TV e holofotes, mulheres abrem copa
Torneio começa hoje, dia do anúncio da sede do Mundial, com jogos no NE
São Paulo é o único Estado com três representantes e conta com 5 das 11 atletas da seleção brasileira que irão atuar na Copa do Brasil
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase três horas após a Fifa,
na Suíça, confirmar o Brasil como a sede da Copa do Mundo
de 2014, Cesmac-AL e Sport-PE darão início, em Maceió, ao
tão esperado torneio nacional
feminino de futebol no país.
Às 15h15, os dois times abrem
a Copa do Brasil das mulheres,
organizada pela CBF.
"Esta é a data [o mesmo dia
da divulgação da Copa do Mundo-2014] que a CBF escolheu,
independentemente de ter holofotes ou não", diz a zagueira
Juliana Cabral, do Jaguariúna,
um dos três representantes
paulistas na competição. Os outros são Santos e Botucatu.
O torneio feminino começa
com a "sombra" da maior disputa do futebol no planeta -a
Copa do Mundo. Oito partidas,
todas no Norte e no Nordeste,
serão realizadas hoje. Nenhuma terá transmissão pela TV.
Ao anunciar a competição
das mulheres, após o vice-campeonato mundial da seleção
brasileira, no mês passado, a
CBF mostrou preocupação
apenas com a marcação da data
final da Copa do Brasil.
Será em 9 de dezembro,
"uma semana após o encerramento do Campeonato Brasileiro, o que dará à competição
maior espaço na imprensa para
divulgação da partida final", segundo a entidade em seu site.
A confederação divulgou ontem que a fase decisiva da Copa
do Brasil, com oito times, será
em Brasília, nos estádios Mané
Garrincha e Serejão.
Sem cobrança de ingressos
em nenhum dos jogos, o campeonato feminino contará com
jogadoras da seleção que perderam a final do Mundial para a
Alemanha (2 a 0).
Pelo menos 11 das 21 estarão
em ação. No Botucatu, Renata
Costa, Monica, Grazielle, Daiane e Michelle. No Mato Grosso
do Sul -que fechou parceria
com o paulista Saad, alijado da
Copa-, Tania, Daniela Alves,
Formiga e Maycon. No Sport,
Bárbara. O Benfica, em acordo
com o Cepe Caxias, tri estadual
do Rio e não indicado para o
torneio nacional, levou Ester.
O Santos tentou a contratação da meia-atacante Marta,
eleita a melhor jogadora do
mundo pela Fifa no ano passado. Mas o acerto com a dona da
Bola (melhor atleta) e Chuteira
(artilheira) de Ouro no último
Mundial não vingou.
Desde o lançamento da Copa
do Brasil, no último dia 19, a
CBF fez alterações na regra, na
data ou no local de jogo seis vezes em sua página na internet.
"Só espero que haja seqüência agora, que cada federação
faça seu Estadual, para que isso
não acabe", diz Juliana Cabral.
Para 2008, a CBF incluiu no
regulamento uma determinação: só disputarão a competição times dos Estados que organizarem torneios regionais,
classificatórios para o torneio.
Para o técnico do Santos,
Kleiton Lima, a Copa do Brasil
marca o início rumo à profissionalização. "A seleção dá resultados em todas as competições internacionais. Não tem
mais o que provar."
Lima defende a participação
maior de clubes de camisa no
futebol feminino. Nesta edição,
estão apenas Santos, Vasco,
América-RJ, Internacional, Juventude, Sport e ABC.
"Os clubes [de tradição] são
fundamentais na solidificação
da nossa modalidade. Tem que
ter times de camisa. O brasileiro nasce já torcendo por um time, não passa a torcer depois
de um tempo", fala o técnico.
Nesta Copa do Brasil, pela regra, cada equipe terá de contar
com pelo menos 25% de jogadoras com até 18 anos.
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