São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2007

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Sem TV e holofotes, mulheres abrem copa

Torneio começa hoje, dia do anúncio da sede do Mundial, com jogos no NE

São Paulo é o único Estado com três representantes e conta com 5 das 11 atletas da seleção brasileira que irão atuar na Copa do Brasil

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase três horas após a Fifa, na Suíça, confirmar o Brasil como a sede da Copa do Mundo de 2014, Cesmac-AL e Sport-PE darão início, em Maceió, ao tão esperado torneio nacional feminino de futebol no país.
Às 15h15, os dois times abrem a Copa do Brasil das mulheres, organizada pela CBF.
"Esta é a data [o mesmo dia da divulgação da Copa do Mundo-2014] que a CBF escolheu, independentemente de ter holofotes ou não", diz a zagueira Juliana Cabral, do Jaguariúna, um dos três representantes paulistas na competição. Os outros são Santos e Botucatu.
O torneio feminino começa com a "sombra" da maior disputa do futebol no planeta -a Copa do Mundo. Oito partidas, todas no Norte e no Nordeste, serão realizadas hoje. Nenhuma terá transmissão pela TV.
Ao anunciar a competição das mulheres, após o vice-campeonato mundial da seleção brasileira, no mês passado, a CBF mostrou preocupação apenas com a marcação da data final da Copa do Brasil.
Será em 9 de dezembro, "uma semana após o encerramento do Campeonato Brasileiro, o que dará à competição maior espaço na imprensa para divulgação da partida final", segundo a entidade em seu site.
A confederação divulgou ontem que a fase decisiva da Copa do Brasil, com oito times, será em Brasília, nos estádios Mané Garrincha e Serejão.
Sem cobrança de ingressos em nenhum dos jogos, o campeonato feminino contará com jogadoras da seleção que perderam a final do Mundial para a Alemanha (2 a 0).
Pelo menos 11 das 21 estarão em ação. No Botucatu, Renata Costa, Monica, Grazielle, Daiane e Michelle. No Mato Grosso do Sul -que fechou parceria com o paulista Saad, alijado da Copa-, Tania, Daniela Alves, Formiga e Maycon. No Sport, Bárbara. O Benfica, em acordo com o Cepe Caxias, tri estadual do Rio e não indicado para o torneio nacional, levou Ester.
O Santos tentou a contratação da meia-atacante Marta, eleita a melhor jogadora do mundo pela Fifa no ano passado. Mas o acerto com a dona da Bola (melhor atleta) e Chuteira (artilheira) de Ouro no último Mundial não vingou.
Desde o lançamento da Copa do Brasil, no último dia 19, a CBF fez alterações na regra, na data ou no local de jogo seis vezes em sua página na internet.
"Só espero que haja seqüência agora, que cada federação faça seu Estadual, para que isso não acabe", diz Juliana Cabral.
Para 2008, a CBF incluiu no regulamento uma determinação: só disputarão a competição times dos Estados que organizarem torneios regionais, classificatórios para o torneio.
Para o técnico do Santos, Kleiton Lima, a Copa do Brasil marca o início rumo à profissionalização. "A seleção dá resultados em todas as competições internacionais. Não tem mais o que provar."
Lima defende a participação maior de clubes de camisa no futebol feminino. Nesta edição, estão apenas Santos, Vasco, América-RJ, Internacional, Juventude, Sport e ABC.
"Os clubes [de tradição] são fundamentais na solidificação da nossa modalidade. Tem que ter times de camisa. O brasileiro nasce já torcendo por um time, não passa a torcer depois de um tempo", fala o técnico.
Nesta Copa do Brasil, pela regra, cada equipe terá de contar com pelo menos 25% de jogadoras com até 18 anos.


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