PALMEIRAS
Goleiro, fora do time, é convocado para apagar incêndio criado por treinador

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Aquele que costumava inflamar o Palmeiras com declarações polêmicas foi convocado para apagar o incêndio de Luiz Felipe Scolari.
Após quase dois meses afastado por lesão, o goleiro Marcos voltou a falar, defendeu o técnico e declarou que mantém o objetivo de jogar em 2011, mas lamentou não poder voltar hoje, contra o Goiás, na Arena Barueri, pelo Campeonato Brasileiro-2010.
Normalmente, Scolari concede entrevista coletiva às sextas-feiras. Ontem, entretanto, preferiu não falar.
Resquícios do episódio de quarta-feira, quando ofendeu jornalistas após o empate com o Atlético-MG (1 a 1), em Minas, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana.
"Foi um momento impensado, ele estava de cabeça quente e não pode ser crucificado por isso", disse o goleiro. "Esta entrevista de hoje já estava agendada. Mas caiu justamente no meio de uma polêmica dessas", brincou.
Fora do time há 15 jogos por conta de uma lesão no joelho esquerdo, Marcos disse que se sente bem, mas deve ser poupado por mais uma semana até voltar a jogar.
"Minha intenção era voltar amanhã [hoje]. Mas eu estou muito aquém das condições ideais. O Deola está melhor fisicamente e tecnicamente. Devo estar à disposição em uma semana", afirmou.
E declarou estar animado com o Palmeiras de 2011 -seu contrato termina no final da próxima temporada.
"O que me motiva para continuar jogando é que vamos ter um time forte no ano que vem", afirmou Marcos.
Mas, invariavelmente, o assunto Scolari voltava à tona. Bem-humorado, o goleiro até comparou o episódio com o seu próprio temperamento.
"Eu me identifico com ele na transparência. Sei que aquilo que disse pode me prejudicar, mas não aguento e falo, desabafo para dormir melhor. E, às vezes, a gente passa do ponto", afirmou. "E quem sou eu para julgar o Felipão? Já dei declarações até piores", completou.
Scolari, por sinal, foi ontem a uma associação de jornalistas e deve marcar "um bate-papo informal" com repórteres para apagar o episódio. Questionado sobre sua reação caso fosse chamado de palhaço -foi essa a ofensa proferida por Scolari-, Marcos levou na esportiva.
"Eu ia achar que estou na moda, pois agora tem até deputado federal que é palhaço", brincou o goleiro.


Texto Anterior: José Geraldo Couto: Por linhas tortas
Próximo Texto: Assunção e Valdivia são desfalques
Índice | Comunicar Erros