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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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Astro e capitão vira espectador no Mineirão

DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que busca selar a estrela dourada de campeão brasileiro em cima de seu escudo, o Cruzeiro não poderá contar com sua principal estrela: o meia Alex.
O jogador, principal artilheiro não-atacante do torneio, com 16 gols, recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Paraná e apenas entrará em campo no Mineirão hoje na hipótese de uma volta olímpica com os companheiros.
Ele é o que mais finaliza (3,4 chutes), o que mais cruza (9,8) e o que mais dribla (3,7) na equipe cruzeirense, em média, por partida, segundo o Datafolha.
Responde por cerca de 35% dos gols do time, pois contabiliza 15 assistências na competição.
Entre os titulares da equipe, é o mais caçado, sofrendo em média 3,3 faltas por jogo. Seu aproveitamento de passes é muito bom (acerta 84,2%), considerando que ele faz vários deles com alto grau de dificuldade, quase sempre no campo de ataque de seu time.
Alex atuou em 36 dos 43 jogos do Cruzeiro até agora. Em média, jogou em cada partida 85 minutos, o que mostra sua efetiva participação na campanha cruzeirense também em minutos jogados.
Nas vezes em que Alex esteve fora da equipe, como hoje, o Cruzeiro sentiu dificuldades. Na partida de ida contra o Paysandu, rival de hoje, por exemplo, o time paraense conseguiu uma expressiva vitória em Belém: 3 a 0.
Alex coleciona vários títulos na carreira, mas ainda não triunfou no Brasileiro, principal torneio nacional. Até este ano, sua melhor performance na competição acontecera em 1997, quando o Palmeiras foi vice-campeão e ele fez sete gols, seu recorde até 2003.
Especialmente depois do fracasso olímpico em 2000, Alex foi bastante contestado. A fama de ser um jogador sonolento às vezes o perseguia. O reencontro com o técnico Wanderley Luxemburgo, que também sucumbiu nos Jogos de Sydney, o transformou.
Fisicamente, Alex é outro. No começo da temporada, tinha 13,8% de gordura no corpo. Chegou a ter 8,9% durante o Brasileiro e, atualmente, está com 9,7%.
""Nós colocamos o Alex no peso ideal, cuidamos da alimentação dele, e então ele voltou a brilhar", disse Zezé Perrella, superintendente de futebol do Cruzeiro.
Tecnicamente, ele pouco mudou. Continua responsável pelas cobranças de faltas e escanteios da equipe. Mas assumiu mais a condição de líder. Alex é o capitão do Cruzeiro, o homem de confiança de Luxemburgo em campo.
A ótima campanha em 2003, que pode ser fechada com um terceiro título, fez Alex voltar à seleção. Ele integrou o grupo do técnico Carlos Alberto Parreira em todos os jogos das eliminatórias e disputou também a Copa das Confederações, no meio do ano.
Na seleção, porém, Alex tem ficado quase sempre na sombra de Kaká, ex-são-paulino que prometia ser o grande destaque do atual Brasileiro e que acabou se transferindo para o Milan. A disputa pelo posto de destaque do Nacional ao menos já foi vencida por Alex.


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