UOL


São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GINÁSTICA

Atleta estréia duplo twist esticado, bate duas vezes bicampeã olímpica para vencer e hoje tenta novo pódio em Stuttgart

Daiane inova e obtém seu 1º ouro na Copa

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Três meses depois de se sagrar campeã mundial, a ginasta gaúcha Daiane dos Santos, 20, faturou ontem na Alemanha mais um ouro no solo. Desta vez, a conquista foi na Copa do Mundo.
Em Stuttgart, no ginásio Hanns-Martin-Schleyer, Daiane lançou mão do duplo twist esticado (versão do duplo twist carpado, que hoje é reconhecido pela FIG como "Dos Santos", no qual ela executa um duplo mortal com o corpo estendido e os braços próximos à cintura) para triunfar na final, diante de 4.000 espectadores.
Após ter se tornado a primeira brasileira a se classificar para a decisão de três aparelhos na sexta-feira, Daiane apresentou ontem a série nova criada com o técnico ucraniano Oleg Ostapenko e obteve nota 9,337, conceito bem abaixo dos 9,737 registrados no Mundial-2003, em agosto, mas suficiente para superar as rivais.
Na primeira parcial, a brasileira ficou à frente da russa Svetlana Khorkina, que tirou 9,275, e da romena Catalina Ponor, vice-campeão do mundo, que ficou com 9,237 e assegurou o bronze.
No desafio final, que é realizado em etapas da Copa na Alemanha e confronta as duas primeiras colocadas, Daiane repetiu a nota e levou o ouro, deixando a prata com a bicampeã olímpica e tricampeã mundial Khorkina (9,187).
"Estou muito feliz. Eu estava calma. Apesar de não estar tão segura, disseram que eu tinha que fazer o duplo twist esticado agora. Então, fiz e deu tudo certo", disse Daiane, que até a última semana não realizava o salto fora do fosso -um buraco com colchões de espuma-, para evitar contusões.
Além do pódio no solo, a ginasta ainda obteve a sexta colocação nas paralelas assimétricas (8,700).
Com a conquista, além de coroar o melhor ano de sua carreira, Daiane se igualou a Daniele Hypólito em Copas, com duas medalhas cada uma -a gaúcha já colecionava um bronze, também no solo, da etapa de março em Cottbus (ALE). Daniele leva vantagem por ter um ouro (trave, em 2002) e uma prata (solo, em 2003).
Contudo Daiane pode se tornar hoje a atleta brasileira mais vitoriosa na Copa -evento dividido em etapas e que só perde em importância para o Mundial e para a Olimpíada-, já que disputa na manhã de hoje um pódio na prova de salto. "Estou um pouco ansiosa para esta prova, mas vou descansar e rezar bastante para que tudo ocorra bem", disse.
Com os resultados até agora em Stuttgart, Daiane embolsou 2.400 de prêmios e irá melhorar sua pontuação no ranking da FIG -até a semana passada, ela ocupava o terceiro lugar no solo e 35º posto nas paralelas assimétricas.
O outro brasileiro nas finais na Alemanha, Diego Hypólito, também será premiado. Em sua estréia na Copa, apesar de tirar 9,549, ele ficou só em quinto lugar no salto, o que lhe rendeu 750 -o ouro foi para o romeno Marian Dragulescu (9,7). "Esse resultado representa muito", diz Diego, 17, dono da melhor marca no Mundial (quarto lugar no solo).


Texto Anterior: Futebol - Rodrigo Bueno: O 2004 do melhor de 2003
Próximo Texto: Olimpíada vira obsessão de ginasta gaúcha
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.