São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 2005

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PM prevê dia de risco, e CBF mantém tabela

Possível festa do Corinthians e partidas de São Paulo e Palmeiras no domingo assustam a polícia na última rodada de Nacional marcado por violência de torcidas

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Militar alertou, a CBF não aceitou e a cidade de São Paulo viverá um domingo de alto risco em meio à última rodada do Campeonato Brasileiro.
A Confederação Brasileira de Futebol não atendeu ontem o pedido do Comando do 2º Batalhão de Choque para que os jogos Palmeiras x Fluminense, no Parque Antarctica, e São Paulo x Atlético-PR, no Morumbi, marcados para o próximo domingo, fossem antecipados para o sábado.
O tenente-coronel Luiz Serpa, que havia encaminhado o pedido à entidade, teme um encontro violento dos rivais torcedores palmeirenses, são-paulinos e corintianos. Apesar de o Corinthians decidir o título no domingo em Goiânia, contra o Goiás, sua torcida irá comemorar a eventual conquista nas ruas da capital paulista.
Serpa quer evitar que mortes por brigas de torcidas voltem a ocorrer justo no encerramento do torneio, que no quesito segurança já havia sido maculado. Entre os dias 16 e 17 de outubro, em menos de 24 horas, um corintiano e um palmeirense foram assassinados, por disparos, em São Paulo.
"Damos segurança ao local de jogo. Mas há um risco muito grande de torcidas brigarem", alega Serpa, que não divulgou o efetivo policial para o dia.
Já o diretor técnico da CBF, Vírgilio Elísio, responsável pela tabela, não foi encontrado para comentar o caso. Mas embora não tenham dado declarações públicas, os dirigentes da entidade se recusaram a mexer nos dias dos jogos porque acreditam que todos os 11 duelos terão que começar no mesmo dia e horário (16h).
Sendo assim, o domingo paulistano promete um dia repleto de torcedores rivais ostentando as camisas de seus clubes.
Os palmeirenses esperam uma vitória de seu time para conquistarem uma vaga na Libertadores. Já os são-paulinos cumprem tabela, mas haverá clima de despedida com a torcida. A equipe seguirá na segunda para o Japão para o Mundial de Clubes da Fifa.
E além da quadra da Gaviões da Fiel, no Bom Retiro, a Prefeitura de São Paulo autorizou a concentração e celebração corintianas na praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, em Santana (zona norte), que terá telões e segurança da PM. A administração vetou festejos pelo título na avenida Paulista. O local, que terá reforço policial, foi palco de depredação de lojas, dia 14 de julho, por são-paulinos pelo tri da Libertadores.
"É inadmissível pôr no mesmo dia jogos que podem levar às ruas torcidas rivais. A possibilidade de briga é grande", lamenta Wildner Rocha, o Pulguinha, vice-presidente da Gaviões da Fiel.
"Não tem razão o Palmeiras fazer um jogo decisivo no dia em que o Corinthians joga. Tudo indica que os corintianos serão campeões e haverá um bando deles nas ruas. Por que criar um confronto se poderia se evitar isso?", fala Isidoro Lopreto Filho, diretor da Mancha Alviverde.
Dirigentes do Palmeiras disseram que o jogo no domingo pode comprometer a venda dos seus 28 mil ingressos, que começa hoje.
Opinião diferente da do São Paulo, que terá a promoção da Nestlé (produtos da empresa são trocados por ingressos). "O jogo tem de ser domingo com polícia e sem confusão", diz Marco Aurélio Cunha, supervisor são-paulino.
O Fluminense também é contra a antecipação, mesmo diante da sugestão da TV Globo, dona dos direitos de transmissão do torneio, em exibir o jogo no sábado. "Não há prazo para mudança", diz Marcelo Penha, assessor da presidência do clube. Ele lembrou que o regulamento do torneio estipula em, no mínimo dez dias, o prazo para se alterar um jogo.


Colaboraram Luís Ferrari, Paulo Galdieri e Toni Assis, da Reportagem Local

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