São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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Morre Nabi Abi Chedid, vice da CBF

Polêmico, cartola decolou no interior de SP com o Bragantino, presidiu federação e fez carreira política

DA REPORTAGEM LOCAL

O dirigente esportivo e ex-deputado estadual Nabi Abi Chedid morreu ontem em São Paulo aos 74 anos. Ele estava internado no Hospital do Coração e tinha câncer no pulmão.
O enterro será realizado hoje, às 15h, em Bragança Paulista (80 km de São Paulo), cidade na qual deu início à sua caminhada no futebol e na política.
Vice-presidente da CBF e comandante do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em São Paulo, Nabi começou a ganhar espaço no futebol a partir de 1958, quando iniciou sua passagem pelo Bragantino. No clube, desempenhou, entre outras, as funções de diretor e presidente.
Depois, conquistou espaço como dirigente no âmbito estadual. Chefiou a Federação Paulista de Futebol no início dos anos 80 e se credenciou para a disputa de poder na entidade que comanda a bola no Brasil.
Com Otávio Pinto Guimarães, chegou ao cargo de vice-presidente da CBF em 1986, após uma confusa eleição.
Os dois alcançaram o comando com uma chapa de oposição a João Maria Medrado Dias, o candidato de Giulite Coutinho, presidente da confederação desde 1980. O ex-presidente da federação de futebol do Rio era o vice da chapa, encabeçada por Nabi. Mas, com a disputa apertada, a oposição resolveu inverter as candidaturas meia hora antes do início da eleição.
Com Ricardo Teixeira à frente da confederação, Nabi seguiu carreira e representou o Brasil como membro do Comitê Executivo da Conmebol.
Em nota, a CBF relatou ontem que Teixeira manifestou pesar pela morte do colega.
Para seu lugar como representante de São Paulo, cartolas aventaram o nome de Mustafá Contursi. À Folha, o ex-presidente do Palmeiras negou ter interesse em ocupar a vaga.
Paralelamente às atividades esportivas, o cartola deu continuidade à tradição política da família -os Chedid elegeram de prefeitos a deputados. Na Assembléia Legislativa de SP, Nabi cumpriu dez mandatos como deputado estadual.
Polêmico, teve seu nome envolvido no escândalo de manipulação de resultados que assolou o Brasileiro e o Paulista em 2005. À época, Nabi foi citado pelo árbitro Edilson Pereira de Carvalho como dirigente que tenta influenciar a arbitragem. O cartola refutou a acusação.
Sob sua batuta ou a de seus sucessores, o Bragantino conheceu dias de glória e penúria. Em 1966, a equipe disputou pela primeira vez a divisão de elite do Estado. Terminou em último e acabou rebaixada.
A agremiação se recuperou e conheceu sua melhor fase. Em 1990, conquistou o título do Paulista ao superar o Novorizontino. No ano seguinte, o Bragantino chegou à decisão do Brasileiro, porém acabou derrotado pelo São Paulo.
O epíteto de sua trajetória ocorreu no último sábado, quando a equipe recebeu a Ferroviária na decisão da Copa FPF. Os uniformes utilizados pelos atletas do Bragantino traziam frase em homenagem a Nabi, a quem seria dedicado o título do torneio -seu filho, Marco Chedid, preside a equipe. Com um empate, entretanto, a Ferroviária estragou a festa e levantou o troféu.


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