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Morre Nabi Abi Chedid, vice da CBF
Polêmico, cartola decolou no interior de SP com o Bragantino, presidiu federação e fez carreira política
DA REPORTAGEM LOCAL
O dirigente esportivo e ex-deputado estadual Nabi Abi
Chedid morreu ontem em São
Paulo aos 74 anos. Ele estava
internado no Hospital do Coração e tinha câncer no pulmão.
O enterro será realizado hoje,
às 15h, em Bragança Paulista
(80 km de São Paulo), cidade na
qual deu início à sua caminhada
no futebol e na política.
Vice-presidente da CBF e comandante do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em São
Paulo, Nabi começou a ganhar
espaço no futebol a partir de
1958, quando iniciou sua passagem pelo Bragantino. No clube,
desempenhou, entre outras, as
funções de diretor e presidente.
Depois, conquistou espaço
como dirigente no âmbito estadual. Chefiou a Federação Paulista de Futebol no início dos
anos 80 e se credenciou para a
disputa de poder na entidade
que comanda a bola no Brasil.
Com Otávio Pinto Guimarães, chegou ao cargo de vice-presidente da CBF em 1986,
após uma confusa eleição.
Os dois alcançaram o comando com uma chapa de oposição
a João Maria Medrado Dias, o
candidato de Giulite Coutinho,
presidente da confederação
desde 1980. O ex-presidente da
federação de futebol do Rio era
o vice da chapa, encabeçada por
Nabi. Mas, com a disputa apertada, a oposição resolveu inverter as candidaturas meia hora
antes do início da eleição.
Com Ricardo Teixeira à frente da confederação, Nabi seguiu
carreira e representou o Brasil
como membro do Comitê Executivo da Conmebol.
Em nota, a CBF relatou ontem que Teixeira manifestou
pesar pela morte do colega.
Para seu lugar como representante de São Paulo, cartolas
aventaram o nome de Mustafá
Contursi. À Folha, o ex-presidente do Palmeiras negou ter
interesse em ocupar a vaga.
Paralelamente às atividades
esportivas, o cartola deu continuidade à tradição política da
família -os Chedid elegeram
de prefeitos a deputados. Na
Assembléia Legislativa de SP,
Nabi cumpriu dez mandatos
como deputado estadual.
Polêmico, teve seu nome envolvido no escândalo de manipulação de resultados que assolou o Brasileiro e o Paulista em
2005. À época, Nabi foi citado
pelo árbitro Edilson Pereira de
Carvalho como dirigente que
tenta influenciar a arbitragem.
O cartola refutou a acusação.
Sob sua batuta ou a de seus
sucessores, o Bragantino conheceu dias de glória e penúria.
Em 1966, a equipe disputou pela primeira vez a divisão de elite do Estado. Terminou em último e acabou rebaixada.
A agremiação se recuperou e
conheceu sua melhor fase. Em
1990, conquistou o título do
Paulista ao superar o Novorizontino. No ano seguinte, o
Bragantino chegou à decisão
do Brasileiro, porém acabou
derrotado pelo São Paulo.
O epíteto de sua trajetória
ocorreu no último sábado,
quando a equipe recebeu a Ferroviária na decisão da Copa
FPF. Os uniformes utilizados
pelos atletas do Bragantino traziam frase em homenagem a
Nabi, a quem seria dedicado o
título do torneio -seu filho,
Marco Chedid, preside a equipe. Com um empate, entretanto, a Ferroviária estragou a festa e levantou o troféu.
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