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faltam dois dias
Nelsinho agoniza com seu time
Treinador insiste que, sob seu comando, Corinthians viu risco de descenso cair de 60% para 34%
Das dez partidas à frente da
equipe, em oito ela esteve
entre as quatro piores; com
33% de aproveitamento,
técnico perde de Carpegiani
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nelsinho Baptista chegou ao
Corinthians e prometeu levá-lo
à Copa Sul-Americana. Esperava o sucesso. Disse, em conversa telefônica testemunhada pela Folha, que assumia por "grana e publicidade". E, caso não
desse certo, teria "o Goiás" como destino em 2008.
A uma rodada do final do
Brasileiro, o treinador conseguiu seu dinheiro, R$ 120 mil
mensais; a publicidade, nem
tanto. A Sul-Americana virou
fumaça. Sob o comando do
treinador, o Corinthians figurou mais na zona do rebaixamento do que fora dela.
Ele assumiu na 28ª rodada,
na derrota contra o Sport, e,
nos dez jogos à frente do time,
em oito deles a equipe figurou
entre as quatro piores do Nacional. Deixou a zona do descenso apenas nas duas últimas
rodadas, e a 16ª posição, a atual,
é o melhor que conseguiu.
O treinador, no entanto, defende seu trabalho. "Quando
assumi, contra o Sport, o Corinthians tinha mais de 60% de
chances de cair. Nós diminuímos isso para 34%", disse Nelsinho, que, em aproveitamento, só supera o antecessor, o interino José Augusto.
A campanha do treinador
tem apenas duas vitórias, com
quatro derrotas e quatro empates, aproveitamento de 33%. Zé
Augusto teve 29%, e Carpegiani, treinador que ajudou a
montar a equipe atual, 39%.
Dirigentes do clube têm se
queixado do trabalho do técnico. Avaliam que o time é fraco
tecnicamente, mas que Nelsinho não conseguiu dar um padrão de jogo. Reclamam de que
o treinador é muito teimoso, e
não aceita conselhos de ninguém para armar a equipe.
"Eu não sei explicar. A gente
está procurando fazer o que o
treinador pede. O Nelsinho está cobrando bastante, mas infelizmente as bolas não estão entrando", afirmou o zagueiro
Zelão, que volta ao time domingo após cumprir suspensão
automática contra o Vasco.
"Agora não é hora de falar do
passado. Temos que pensar em
vencer o Grêmio para sair dessa", disse o volante Moradei,
outro que retorna à equipe.
Além desses reforços, o Corinthians tenta ainda contar
com Finazzi. O clube fez ontem
um último apelo ao STJD para
ter o artilheiro, suspenso por
ter ofendido um árbitro.
Após a péssima atuação de
anteontem, no Pacaembu, Nelsinho defendeu seus jogadores.
Afirmou que o time não é limitado e atribuiu à administração
do ex-presidente Alberto Dualib a má fase corintiana.
Segundo ele, não há motivo
para desespero. Para escapar
do rebaixamento, basta ao time
vencer o Grêmio no Sul.
Se empatar, precisa torcer
para que o Goiás não vença o
Internacional em casa e que o
Paraná não passe pelo Vasco
em São Januário. Até com uma
derrota o time alvinegro pode
se safar, desde que o Goiás perca e o Paraná não vença.
"Nós teremos um jogo difícil.
Mas os nossos adversários
também. Se achasse que não
podemos ganhar, nem precisaríamos viajar. É só a gente não
se desesperar", concluiu Nelsinho, que não terá o atacante
Dentinho, suspenso, e o lateral
Gustavo Nery, lesionado. Éverton Ribeiro deve ser mantido
na ala esquerda, e Wilson pode
assumir um lugar no ataque.
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