São Paulo, sexta-feira, 30 de novembro de 2007

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faltam dois dias

Nelsinho agoniza com seu time

Treinador insiste que, sob seu comando, Corinthians viu risco de descenso cair de 60% para 34%

Das dez partidas à frente da equipe, em oito ela esteve entre as quatro piores; com 33% de aproveitamento, técnico perde de Carpegiani


EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
RENAN CACIOLI

DA REPORTAGEM LOCAL

Nelsinho Baptista chegou ao Corinthians e prometeu levá-lo à Copa Sul-Americana. Esperava o sucesso. Disse, em conversa telefônica testemunhada pela Folha, que assumia por "grana e publicidade". E, caso não desse certo, teria "o Goiás" como destino em 2008.
A uma rodada do final do Brasileiro, o treinador conseguiu seu dinheiro, R$ 120 mil mensais; a publicidade, nem tanto. A Sul-Americana virou fumaça. Sob o comando do treinador, o Corinthians figurou mais na zona do rebaixamento do que fora dela.
Ele assumiu na 28ª rodada, na derrota contra o Sport, e, nos dez jogos à frente do time, em oito deles a equipe figurou entre as quatro piores do Nacional. Deixou a zona do descenso apenas nas duas últimas rodadas, e a 16ª posição, a atual, é o melhor que conseguiu.
O treinador, no entanto, defende seu trabalho. "Quando assumi, contra o Sport, o Corinthians tinha mais de 60% de chances de cair. Nós diminuímos isso para 34%", disse Nelsinho, que, em aproveitamento, só supera o antecessor, o interino José Augusto.
A campanha do treinador tem apenas duas vitórias, com quatro derrotas e quatro empates, aproveitamento de 33%. Zé Augusto teve 29%, e Carpegiani, treinador que ajudou a montar a equipe atual, 39%.
Dirigentes do clube têm se queixado do trabalho do técnico. Avaliam que o time é fraco tecnicamente, mas que Nelsinho não conseguiu dar um padrão de jogo. Reclamam de que o treinador é muito teimoso, e não aceita conselhos de ninguém para armar a equipe.
"Eu não sei explicar. A gente está procurando fazer o que o treinador pede. O Nelsinho está cobrando bastante, mas infelizmente as bolas não estão entrando", afirmou o zagueiro Zelão, que volta ao time domingo após cumprir suspensão automática contra o Vasco.
"Agora não é hora de falar do passado. Temos que pensar em vencer o Grêmio para sair dessa", disse o volante Moradei, outro que retorna à equipe.
Além desses reforços, o Corinthians tenta ainda contar com Finazzi. O clube fez ontem um último apelo ao STJD para ter o artilheiro, suspenso por ter ofendido um árbitro.
Após a péssima atuação de anteontem, no Pacaembu, Nelsinho defendeu seus jogadores. Afirmou que o time não é limitado e atribuiu à administração do ex-presidente Alberto Dualib a má fase corintiana.
Segundo ele, não há motivo para desespero. Para escapar do rebaixamento, basta ao time vencer o Grêmio no Sul.
Se empatar, precisa torcer para que o Goiás não vença o Internacional em casa e que o Paraná não passe pelo Vasco em São Januário. Até com uma derrota o time alvinegro pode se safar, desde que o Goiás perca e o Paraná não vença.
"Nós teremos um jogo difícil. Mas os nossos adversários também. Se achasse que não podemos ganhar, nem precisaríamos viajar. É só a gente não se desesperar", concluiu Nelsinho, que não terá o atacante Dentinho, suspenso, e o lateral Gustavo Nery, lesionado. Éverton Ribeiro deve ser mantido na ala esquerda, e Wilson pode assumir um lugar no ataque.


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