|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Decisão da Davis opõe potência e faz-tudo
Tarpischev é capitão russo, membro do COI e chefia federação e equipe da Fed
Treinador tenta derrubar o favoritismo dos EUA em busca da façanha de ganhar no mesmo ano os troféus feminino e masculino
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
A federação dos EUA, país
com mais conquistas na história da Copa Davis, o define como "um homem com superpoderes" no mundo do tênis.
Shamil Tarpischev, 59, não
vai entrar em quadra em Portland para enfrentar os americanos na final do principal torneio entre países do tênis, mas
buscará um lugar na história.
Se sua equipe conseguir derrubar o favoritismo rival e conquistar o torneio pela terceira
vez, Tarpischev se tornará o
primeiro capitão a vencer a Davis e a Fed Cup (versão feminina) na mesma temporada -as
tenistas russas derrotaram as
italianas na final, em setembro.
Além do currículo vencedor,
o ex-tenista, que ocupou só o
164º posto no ranking mundial,
ocupa a presidência da Federação Russa de Tênis desde 1999.
Em 2000, ele se autonomeou
capitão da Fed Cup. Na Davis,
ocupa o posto por mais de 30
anos -com intervalos- e acumula 45 vitórias.
O recorde de triunfos de um
capitão pertence ao australiano
Neale Fraser, que soma 49.
E com Tarpischev no comando burocrático e técnico, a Rússia conquistou três títulos na
Fed (2004, 2005 e 2007) e dois
na Davis (2002 e 2006).
Mas a influência de Tarpischev não está limitada ao tênis
nem à Rússia. Membro do COI,
ele integrou a comissão de rádio e TV e atualmente faz parte
da de esporte e ambiente.
Ele compara o cargo de capitão da Davis com o de um técnico de uma seleção de futebol
antes de uma partida das eliminatórias. "Você só tem três ou
quatro dias para deixar seu time pronto", disse ele. "Os jogadores vêm com diferentes condições físicas, e você precisa colocar todos mais ou menos no
mesmo nível em pouco tempo."
O técnico vê ainda mais dificuldades no seu caso. "Os tenistas freqüentemente atravessam continentes para cumprir
os compromissos na Davis."
Nesse aspecto, o russo se
comparou a Dunga. "Meu trabalho se assemelha ao do técnico do Brasil. Seus jogadores viajam muito porque a maioria defende clubes europeus."
E, para tentar surpreender os
americanos, Tarpischev incluiu
o futebol no esquema de treino.
"Jogar bola em uma quadra
de tênis é um bom exercício
cardiovascular. Além disso,
ajuda a relaxar", disse ele.
Atual campeão, o técnico diz
que os americanos são os grandes favoritos. Jogam em casa,
em uma superfície rápida, que
favorece o estilo dos dois tenistas de simples (Andy Roddick e
James Blake), e contam com a
dupla número um do mundo
(os irmãos Bob e Mike Bryan).
"Temos entre 30% e 35% de
chances de vencer", afirmou
Tarpischev, que lembrou que a
seleção russa de futebol quase
ficou fora da Euro-2008 ao perder para Israel por 2 a 1.
"O país ficou eufórico com a
classificação", disse ele. "Talvez
possamos provocar a mesma
coisa vencendo os EUA."
Com agências internacionais
NA TV - Final da Copa Davis
Sportv 2, ao vivo, às 19h
Texto Anterior: Xico Sá: Solitários na multidão Próximo Texto: Favoritos: EUA vivem seu maior jejum Índice
|