São Paulo, sexta-feira, 30 de novembro de 2007

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Decisão da Davis opõe potência e faz-tudo

Tarpischev é capitão russo, membro do COI e chefia federação e equipe da Fed

Treinador tenta derrubar o favoritismo dos EUA em busca da façanha de ganhar no mesmo ano os troféus feminino e masculino


FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

A federação dos EUA, país com mais conquistas na história da Copa Davis, o define como "um homem com superpoderes" no mundo do tênis.
Shamil Tarpischev, 59, não vai entrar em quadra em Portland para enfrentar os americanos na final do principal torneio entre países do tênis, mas buscará um lugar na história.
Se sua equipe conseguir derrubar o favoritismo rival e conquistar o torneio pela terceira vez, Tarpischev se tornará o primeiro capitão a vencer a Davis e a Fed Cup (versão feminina) na mesma temporada -as tenistas russas derrotaram as italianas na final, em setembro.
Além do currículo vencedor, o ex-tenista, que ocupou só o 164º posto no ranking mundial, ocupa a presidência da Federação Russa de Tênis desde 1999.
Em 2000, ele se autonomeou capitão da Fed Cup. Na Davis, ocupa o posto por mais de 30 anos -com intervalos- e acumula 45 vitórias.
O recorde de triunfos de um capitão pertence ao australiano Neale Fraser, que soma 49.
E com Tarpischev no comando burocrático e técnico, a Rússia conquistou três títulos na Fed (2004, 2005 e 2007) e dois na Davis (2002 e 2006).
Mas a influência de Tarpischev não está limitada ao tênis nem à Rússia. Membro do COI, ele integrou a comissão de rádio e TV e atualmente faz parte da de esporte e ambiente.
Ele compara o cargo de capitão da Davis com o de um técnico de uma seleção de futebol antes de uma partida das eliminatórias. "Você só tem três ou quatro dias para deixar seu time pronto", disse ele. "Os jogadores vêm com diferentes condições físicas, e você precisa colocar todos mais ou menos no mesmo nível em pouco tempo."
O técnico vê ainda mais dificuldades no seu caso. "Os tenistas freqüentemente atravessam continentes para cumprir os compromissos na Davis."
Nesse aspecto, o russo se comparou a Dunga. "Meu trabalho se assemelha ao do técnico do Brasil. Seus jogadores viajam muito porque a maioria defende clubes europeus."
E, para tentar surpreender os americanos, Tarpischev incluiu o futebol no esquema de treino.
"Jogar bola em uma quadra de tênis é um bom exercício cardiovascular. Além disso, ajuda a relaxar", disse ele.
Atual campeão, o técnico diz que os americanos são os grandes favoritos. Jogam em casa, em uma superfície rápida, que favorece o estilo dos dois tenistas de simples (Andy Roddick e James Blake), e contam com a dupla número um do mundo (os irmãos Bob e Mike Bryan).
"Temos entre 30% e 35% de chances de vencer", afirmou Tarpischev, que lembrou que a seleção russa de futebol quase ficou fora da Euro-2008 ao perder para Israel por 2 a 1.
"O país ficou eufórico com a classificação", disse ele. "Talvez possamos provocar a mesma coisa vencendo os EUA."


Com agências internacionais

NA TV - Final da Copa Davis
Sportv 2, ao vivo, às 19h



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