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Vizinhos ricos "mobilizam" comunidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Paraisópolis está longe de
ser o éden que seu nome sugere, mas a organização de
seus habitantes a diferencia
de outras favelas paulistanas.
A ocupação começou com
invasões nos anos 60, principalmente de migrantes do
Nordeste. O local tem seus
atrativos. A área, de 900 mil
m2, é rodeada por condomínios de luxo de bairros como
Vila Andrade e Morumbi.
Para Gílson Rodrigues,
presidente da União dos Moradores de Paraisópolis, a vizinhança abastada explica a
mobilização dos habitantes.
"Sempre quiseram tirar a
gente daqui. Por isso, desde
cedo, o povo se organizou."
Nos anos 90, muitos habitantes começaram a assegurar, na Justiça, direito de
usucapião. Em seguida, a
prefeitura iniciou a regulamentação de moradias erguidas de forma irregular.
O novo status trouxe a implantação de infra-estrutura
urbana. Rodrigues diz que a
região deixou de ser favela,
mas precisa de melhorias para se tornar bairro. "Favela
dá a idéia de que não há serviços básicos, como iluminação e água. Precisamos expandi-los a todos os locais."
Boa parte das vias é asfaltada. A coleta de lixo é feita
regularmente, mas há ruas
de terra em que o caminhão
tem dificuldade de passar.
Cerca de 3.000 pessoas
aguardam a conclusão de
prédios da CDHU (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano) para
deixarem áreas de risco, próximas a encostas de morro.
Outro problema escancara
o desnível social de Paraisópolis em relação aos vizinhos. A taxa de analfabetismo é de quase 19% da população. E a questão educacional não foi resolvida nem para a nova geração. Segundo a
União dos Moradores, 5.000
crianças ainda não estudam.
O déficit seria amenizado
por um CEU (Centro Educacional Unificado), cuja inauguração só deve ocorrer em
2009. "Ele terá 1.300 vagas.
Precisamos de mais."
(ALF)
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