São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008

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Vizinhos ricos "mobilizam" comunidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Paraisópolis está longe de ser o éden que seu nome sugere, mas a organização de seus habitantes a diferencia de outras favelas paulistanas.
A ocupação começou com invasões nos anos 60, principalmente de migrantes do Nordeste. O local tem seus atrativos. A área, de 900 mil m2, é rodeada por condomínios de luxo de bairros como Vila Andrade e Morumbi.
Para Gílson Rodrigues, presidente da União dos Moradores de Paraisópolis, a vizinhança abastada explica a mobilização dos habitantes.
"Sempre quiseram tirar a gente daqui. Por isso, desde cedo, o povo se organizou."
Nos anos 90, muitos habitantes começaram a assegurar, na Justiça, direito de usucapião. Em seguida, a prefeitura iniciou a regulamentação de moradias erguidas de forma irregular.
O novo status trouxe a implantação de infra-estrutura urbana. Rodrigues diz que a região deixou de ser favela, mas precisa de melhorias para se tornar bairro. "Favela dá a idéia de que não há serviços básicos, como iluminação e água. Precisamos expandi-los a todos os locais."
Boa parte das vias é asfaltada. A coleta de lixo é feita regularmente, mas há ruas de terra em que o caminhão tem dificuldade de passar.
Cerca de 3.000 pessoas aguardam a conclusão de prédios da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para deixarem áreas de risco, próximas a encostas de morro.
Outro problema escancara o desnível social de Paraisópolis em relação aos vizinhos. A taxa de analfabetismo é de quase 19% da população. E a questão educacional não foi resolvida nem para a nova geração. Segundo a União dos Moradores, 5.000 crianças ainda não estudam.
O déficit seria amenizado por um CEU (Centro Educacional Unificado), cuja inauguração só deve ocorrer em 2009. "Ele terá 1.300 vagas. Precisamos de mais." (ALF)


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