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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
E agora? Já era?
A CONVERSA no sábado
de manhã, nos jardins
do Parque Antarctica,
reunia dois palmeirenses
maiores de 40 anos.
Um deles, o historiador do
Palmeiras, Jota Christianini:
"A situação lembra o "já era"
do Barbosa Filho", dizia. Em
1972, o Palmeiras perdeu para
o São Paulo por 2 a 0 e dependia, na última rodada do quadrangular semifinal, de derrota são-paulina para o América, no Maracanã, e vitória palmeirense sobre o Coritiba.
"Na "Mesa Redonda" da TV
Gazeta, Barbosa Filho disse
que o Palmeiras já era. Mas o
Palmeiras venceu por 3 a 0, e
um gol de Mauro deu a vitória
ao América contra o São Paulo", lembrava Christianini, na
casa dos 60. Ao seu lado, mais
jovem, um palmeirense mais
reticente duvidou: "Você precisa entender que minha referência é outra. Eu sou da época da fila!"
O diálogo radiografou a alma palmeirense de duas gerações diferentes. Uma, que
sempre acredita, viveu os
anos 60 e 70. Hoje, tem mais a
ver com o DNA são-paulino. O
palmeirense é mais reticente
hoje em dia. Quem se veste de
verde sempre acredita no desastre. Quem veste tricolor
nunca duvida da virada.
Mas houve, neste domingo,
momentos de contraste. O gol
do Palmeiras no início do jogo
fez surgir a confiança. A virada do Goiás, no Serra Dourada, fez são-paulinos terem dúvida: "A gente não tem que se
preocupar com os outros. Temos de ganhar o jogo", dizia
André Dias, incrédulo, na saída para o intervalo.
O São Paulo não mudou taticamente. Também não se
preocupou com o lado mais
forte do rival, e Júnior César
deu espaço de sobra para Vítor. O primeiro gol nasceu assim. O segundo, em uma jogada entre Vítor e Rithelly.
O Palmeiras mudou. Se não
na alma angustiada, Muricy
mexeu na parte tática. Escalou três meias e Vagner Love
isolado na frente. Era um 4-2-3-1, como anunciou que poderia fazer logo na sua chegada.
Deyvid pela direita, Diego
Souza por dentro, Cleiton Xavier à esquerda. O time ganhou criatividade, mas faltava
cobertura para os zagueiros.
Então, Muricy puxou Edmílson para líbero e manteve
a vida para a última rodada.
Mas o velho Barbosa Filho
diria já era tanto para o Palmeiras quanto para o São
Paulo. Já era?
ABRIR O JOGO
Uma das falhas do São
Paulo foi a falta de jogo pelos
lados. Jean raramente chega
à linha de fundo, missão para
Júnior César. Com a preocupação com Vítor, mais difícil
era chegar ao fundo. Faltou
também Dagoberto, que
abre um pouco mais a defesa
rival. Ficaram o jogo pelo
centro e as bolas paradas.
O CONTRA-ATAQUE
Incrível como o Flamengo
é mais forte quando contra-
-ataca. Como jogou contra o
Atlético-MG como enfrentou o Náutico e no primeiro
tempo contra o Corinthians.
Os rubro-negros dos anos 80
conheceram uma equipe que
decidia no Maracanã. Hoje, o
Flamengo já perdeu 16 pontos dentro de casa.
A REDENÇÃO
A incrível trajetória de recuperação do Fluminense produziu a saída da zona de rebaixamento em uma rodada
em que abandonou o sistema que vinha funcionando. Em
vez de escalar os três zagueiros, o técnico Cuca preferiu
rechear o meio de campo. Jogou com Diogo e Diguinho
como volantes, Equi, Conca e Alan na linha de armadores.
Foi o retorno do jeito de jogar que havia até o primeiro
tempo contra o Cruzeiro, no dia 1º de novembro.
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