São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2004

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TÊNIS

Suíço derrota Ferrero, chega à decisão na Austrália e alcança o topo

Federer é o 23º líder do ranking na história

Greeg Wood/France Presse
Roger Federer, durante a vitória sobre Juan Carlos Ferrero, que lhe rendeu o topo do ranking e uma vaga na decisão na Austrália


DA REPORTAGEM LOCAL

Em julho do ano passado, o suíço Roger Federer, 22, venceu Wimbledon e passou do quinto para o terceiro lugar do ranking de entradas da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
Em novembro, ele conquistou o título do Masters e subiu do terceiro para o segundo posto.
Agora, ele não precisou ganhar o Aberto da Austrália para inscrever seu nome como o 23º tenista a ser o número um do mundo.
Bastou assegurar uma vaga na final, que foi obtida ontem com a vitória sobre o espanhol Juan Carlos Ferrero, terceiro do mundo e que também tinha chances de terminar o torneio australiano no topo, por 3 a 0 (6/4, 6/1 e 6/4).
"Ser número um foi uma coisa da qual estive perto nos últimos meses. Estou muito feliz por estar fazendo um grande início de temporada e por ser finalmente o número um. É uma coisa que realmente me faz sentir estranho."
Apesar de ter terminado a temporada passada atrás do americano Andy Roddick, Federer foi o tenista que mais títulos conquistou (sete) e mais prêmios recebeu (mais de US$ 4 milhões).
Federer é o primeiro tenista da Suíça a alcançar o posto entre os homens. No feminino, Martina Hingis, que esteve acompanhando várias partidas de seu compatriota, inclusive a de ontem, foi a primeira do circuito em 1997.
Número um no ranking juvenil em 1998, o suíço conseguiu alcançar o mesmo posto entre os profissionais sem a orientação de um técnico nos últimos tempos.
Mesmo após sua melhor temporada, Federer decidiu, em dezembro, romper a parceria com Peter Lundgreen, com quem trabalhava desde 2000.
"Todos os técnicos que me ajudaram têm uma participação. Mas, no final, em quadra, sou eu quem estou sacando para fechar o jogo, não o técnico. Por isso estou muito orgulhoso", disse Federer.
Ele contou que, na preparação para o Grand Slam australiano, teve que treinar com juvenis, pelo fato de estar sem treinador.
Para tentar coroar sua chegada ao topo, que será oficializada na próxima segunda, ele terá a chance de conquistar seu segundo Grand Slam. Seu rival na madrugada de amanhã, à 1h, será o russo Marat Safin, 86º do mundo.
Apesar da má colocação atual, Safin, que já foi o primeiro da lista criada em 1973 e no ano passado teve uma séria contusão no pulso, derrotou até agora os americanos Roddick e Andre Agassi, recordista de vitórias seguidas no torneio na Era Aberta (desde 1968).
O novo líder do ranking tem um retrospecto favorável contra o adversário da final: 3 a 1. A única vitória do russo, porém, aconteceu em superfície rápida, como a do Aberto da Austrália.
Nem o fato de ter um dia a menos de descanso -Safin eliminou Agassi anteontem- parece preocupar Federer. "Isso não importa. Tive jogos mais difíceis que ele", disse o suíço, que gastou uma hora e 29 minutos para vencer Ferrero (Safin gastou três horas e 42 minutos em sua semifinal).
Os dois finalistas chegaram a Melbourne com discursos opostos. Confiante, Safin dizia que não havia viajado apenas para fazer número, mas para tentar vencer o torneio. Já Federer, mais cauteloso, afirmava não esperar chegar à decisão do título.
"Você não pode falar: Estou aqui para vencer o torneio. Se você perde na primeira rodada, fica sem ter o que dizer. Você precisa se preservar e começar devagar", declarou Federer.

NA TV - Final do Aberto da Austrália, ao vivo, à 1h, na ESPN International


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