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Corinthians, de novo, só mostra zaga
Após expulsão de Perdigão no 1º tempo, Mano Menezes substitui atacantes por volantes, equipe fica na defesa e empata
Sertãozinho 0
Corinthians 0
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico Mano Menezes
prometeu um time ofensivo,
mas apresentou, de novo, uma
equipe firme na defesa e com
um ataque ineficiente.
Se, para o treinador do Corinthians, o time está "acima da
média", isso se deve aos zagueiros. Dos cinco jogos do time no
Paulista, em quatro deles a
equipe não sofreu gols.
O empate por 0 a 0 com o
Sertãozinho, ontem, em Ribeirão Preto, expôs, mais uma vez,
a principal deficiência corintiana: um time sem articulação do
meio-campo para a frente.
Ontem, no entanto, a produção ofensiva foi prejudicada pela expulsão do volante Perdigão. Com o segundo empate seguido, o Corinthians foi a oito
pontos, mas segue na quinta
posição no Paulista. No sábado,
pega o Mirassol, no Morumbi.
O técnico corintiano mostrou desconforto com o mau futebol de sua equipe. Ficou o
tempo todo em pé, dando instruções a seus comandados.
De cara fechada, esbravejava
a cada erro de passe, o que ocorreu com freqüência -o Datafolha contou 66 erros (ou 31,3 %
dos 211 passes realizados).
A irritação do treinador, curiosamente, foi provocada por
ele mesmo. Antes da partida,
Mano dizia que teria de atacar o
Sertãozinho e que, por esse motivo, precisaria de armação.
Deixou, porém, sua única opção para orquestrar o time, o
meia Éverton Ribeiro, no banco de reservas. E entrou em
campo com a mesma formação
que empatou o clássico com o
São Paulo, com Carlão de terceiro zagueiro, além dos volantes Bruno Octávio e Perdigão.
Dessa maneira, a bola só chegava aos três atacantes -Dentinho, Acosta e Finazzi- quando
os alas André Santos e Alessandro avançavam. Em lance assim, Finazzi teve a chance de
marcar, mas parou na boa performance do goleiro Lauro.
Acosta ainda tentou voltar
para buscar o jogo, mas sem sucesso. A situação, que já não era
favorável, ficou pior quando
Perdigão, que já tinha amarelo,
fez falta no meio-campo e foi
expulso, aos 29min.
Pouco depois, Mano resolveu
recompor o setor e tirou Acosta
para pôr outro volante, Bóvio.
O jogador uruguaio, principal contratação corintiana para
a temporada, deixou o gramado
visivelmente irritado.
Com um homem a menos, o
Corinthians recuou, e o time do
interior passou a chegar com
mais facilidade, obrigando Felipe a duas boas defesas.
"Esse campo tem grandes dimensões e, com um a menos,
temos de ter um posicionamento inteligente para não sofrer gols", analisou Alessandro,
no intervalo do jogo.
Na etapa final, Mano desfez o
3-5-2. Colocou Coelho na vaga
de Carlão e formou uma linha
de quatro jogadores na defesa.
Tirou Finazzi para a entrada do
atacante argentino Herrera,
que fez sua estréia.
Assim, o time ficou com duas
linhas de quatro jogadores e só
Herrera mais à frente.
A opção por ajustar o sistema
defensivo deixou o Corinthians
sem ataque. Com três volantes
no meio e Dentinho fechando o
lado esquerdo, o time de Mano
se limitou a defender.
Na verdade, somente em um
contragolpe, quase marcou, em
chute de André Santos que
Lauro defendeu. O time do interior, que teve quase 60% do
tempo de posse de bola, perdeu
chances claras para vencer.
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