São Paulo, quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

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Corinthians, de novo, só mostra zaga

Após expulsão de Perdigão no 1º tempo, Mano Menezes substitui atacantes por volantes, equipe fica na defesa e empata

Sertãozinho 0
Corinthians 0

DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Mano Menezes prometeu um time ofensivo, mas apresentou, de novo, uma equipe firme na defesa e com um ataque ineficiente.
Se, para o treinador do Corinthians, o time está "acima da média", isso se deve aos zagueiros. Dos cinco jogos do time no Paulista, em quatro deles a equipe não sofreu gols.
O empate por 0 a 0 com o Sertãozinho, ontem, em Ribeirão Preto, expôs, mais uma vez, a principal deficiência corintiana: um time sem articulação do meio-campo para a frente.
Ontem, no entanto, a produção ofensiva foi prejudicada pela expulsão do volante Perdigão. Com o segundo empate seguido, o Corinthians foi a oito pontos, mas segue na quinta posição no Paulista. No sábado, pega o Mirassol, no Morumbi.
O técnico corintiano mostrou desconforto com o mau futebol de sua equipe. Ficou o tempo todo em pé, dando instruções a seus comandados.
De cara fechada, esbravejava a cada erro de passe, o que ocorreu com freqüência -o Datafolha contou 66 erros (ou 31,3 % dos 211 passes realizados).
A irritação do treinador, curiosamente, foi provocada por ele mesmo. Antes da partida, Mano dizia que teria de atacar o Sertãozinho e que, por esse motivo, precisaria de armação.
Deixou, porém, sua única opção para orquestrar o time, o meia Éverton Ribeiro, no banco de reservas. E entrou em campo com a mesma formação que empatou o clássico com o São Paulo, com Carlão de terceiro zagueiro, além dos volantes Bruno Octávio e Perdigão.
Dessa maneira, a bola só chegava aos três atacantes -Dentinho, Acosta e Finazzi- quando os alas André Santos e Alessandro avançavam. Em lance assim, Finazzi teve a chance de marcar, mas parou na boa performance do goleiro Lauro.
Acosta ainda tentou voltar para buscar o jogo, mas sem sucesso. A situação, que já não era favorável, ficou pior quando Perdigão, que já tinha amarelo, fez falta no meio-campo e foi expulso, aos 29min.
Pouco depois, Mano resolveu recompor o setor e tirou Acosta para pôr outro volante, Bóvio.
O jogador uruguaio, principal contratação corintiana para a temporada, deixou o gramado visivelmente irritado.
Com um homem a menos, o Corinthians recuou, e o time do interior passou a chegar com mais facilidade, obrigando Felipe a duas boas defesas.
"Esse campo tem grandes dimensões e, com um a menos, temos de ter um posicionamento inteligente para não sofrer gols", analisou Alessandro, no intervalo do jogo.
Na etapa final, Mano desfez o 3-5-2. Colocou Coelho na vaga de Carlão e formou uma linha de quatro jogadores na defesa. Tirou Finazzi para a entrada do atacante argentino Herrera, que fez sua estréia.
Assim, o time ficou com duas linhas de quatro jogadores e só Herrera mais à frente.
A opção por ajustar o sistema defensivo deixou o Corinthians sem ataque. Com três volantes no meio e Dentinho fechando o lado esquerdo, o time de Mano se limitou a defender.
Na verdade, somente em um contragolpe, quase marcou, em chute de André Santos que Lauro defendeu. O time do interior, que teve quase 60% do tempo de posse de bola, perdeu chances claras para vencer.


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