São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Pela Sérvia

Campeão da Davis, Novak Djokovic derrota Andy Murray, conquista o Aberto da Austrália, oferece o troféu para seu país e completa fase de sonho

DE SÃO PAULO

O sérvio Novak Djokovic conquistou ontem o título do Aberto da Austrália e ressaltou mais uma vez a forte ligação que tem com seu país.
"Tem sido um período duro para nossa gente na Sérvia", afirmou o número três do mundo após derrotar, na decisão, o britânico Andy Murray por 6/4, 6/2 e 6/3.
"Mas estamos tentando todos os dias apresentar nosso país da melhor maneira possível. Então, este troféu é para meu país, a Sérvia", disse Djokovic, que também ofereceu o título à sua família.
Na plateia, a ex-número um Ana Ivanovic, que caiu na estreia em Melbourne, aplaudia o compatriota.
Aos 23 anos, Djokovic diz "estar vivendo um sonho".
No mês passado, em Belgrado, contra a França, ele liderou a Sérvia na conquista inédita da Copa Davis, principal competição de tênis entre países. Com seus companheiros, raspou a cabeça para comemorar a façanha.
A atitude do sérvio em relação à Davis difere bastante dos atuais líderes do ranking, o espanhol Rafael Nadal e o suíço Roger Federer.
Nadal, número um do mundo, procura se poupar para os confrontos decisivos, enquanto Federer relegou o torneio por equipes a segundo plano. Já Djokovic terminou invicto os sete jogos de simples em quatro duelos que disputou em 2010.
O capitão da Sérvia na Copa Davis, Bogdan Obradovic, afirmou que o sucesso do país ajudou Djokovic a triunfar no Aberto da Austrália.
"Alguém poderia esperar que a fadiga pudesse atrapalhar, já que Djokovic teve que fazer um extra na Davis. Mas, na verdade, isso o motivou e lhe mostrou a consistência de que ele é capaz", afirmou.
Djokovic, cuja família também é proprietária do Torneio de Belgrado, único de primeira linha da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) na Sérvia, chegou com facilidade ao seu segundo título de Grand Slam.
Em duas horas e 37 minutos de partida, Djokovic foi claramente superior a Murray, que havia vencido os últimos três confrontos diretos.
"Estou mais focado e dedicado ao esporte do que jamais estive antes", disse o sérvio. "Ser capaz de vencer em sets diretos um tenista como Murray, na final de um Grand Slam, faz meu sucesso ainda maior", completou ele, que na semifinal bateu Federer, também por 3 a 0, e só cedeu um set em Melbourne.
Campeão em um Grand Slam pela primeira vez na Austrália em 2008, Djokovic precisou de 12 tentativas para sair do clube do "Único Slam", grupo que reúne 24 dos 51 campeões no profissionalismo (a partir de 1968).
O intervalo é o mesmo que enfrentou o brasileiro Gustavo Kuerten -campeão em Roland Garros em 1997 e em 2000. Só o russo Marat Safin precisou de mais tentativas (14) para o segundo título.
"Ainda tenho 23 anos. Espero ter mais chances de ganhar outros Grand Slams", disse Djokovic, que perdeu outras duas finais (os Abertos dos EUA de 2007 e 2010).
"Isso realmente me dá muita motivação", completou o sérvio, que jogou a camisa e o tênis para o público.
"Novak jogou de uma maneira incrível", disse Murray.


Texto Anterior: Italiano: Inter de Milão ganha de virada
Próximo Texto: "Showman" ameaça líderes do ranking
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.