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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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FUTEBOL

Atuais campeões não justificam fama da Vila Belmiro e amargam o empate

Paraná ignora "alçapão" e ofusca a estréia do Santos

DA REPORTAGEM LOCAL

Um clube em crise financeira e que viveu momentos de agonia em seu Estadual conseguiu ontem minimizar a fama de "alçapão" da Vila Belmiro e estragar a estréia dos sonhos do atual campeão brasileiro no Nacional-2003.
O Santos chegou a estar perdendo por 2 a 0, reagiu, mas deixou seu estádio com um minguado empate em 2 a 2 com o Paraná.
Para os visitantes, que jogaram com dez atletas boa parte da etapa final e com nove os momentos decisivos da partida, o resultado foi surpreendente, principalmente se os resultados obtidos no início da temporada e a situação financeira do clube forem levados em conta.
O time teve um desempenho pífio no Paranense e só se livrou do rebaixamento na última rodada. Além disso, conta com uma dívida global de R$ 6 milhões.
Já a equipe da casa não mostrou o mesmo espírito aniquilador em seus domínios exibido em 2002. No ano passado, o Santos disputou 15 partidas em casa no Brasileiro. Venceu nove, empatou três e perdeu só duas, criando a fama de "alçapão" para a Vila.
Aguerrido na marcação, o Paraná iniciou o primeiro tempo anulando a armação das jogadas santistas. Explorando os contra-ataques, o time abriu o placar logo aos 13min. Renaldo desviou de cabeça cruzamento de Fabinho e colocou os visitantes na dianteira.
O Santos se lançou ao ataque e chegou a levar perigo em chutes de Elano e Robinho, mas foi o Paraná que voltou a marcar. Em outro contragolpe aos 29min, Marquinhos partiu com a bola do meio-campo e invadiu a grande área. Paulo Almeida, na tentativa de anular a jogada, acabou fazendo gol contra. O juiz, porém, registrou o tento para o atacante.
Com uma vantagem no marcador que surpreenderia seus entusiastas mais otimistas, o Paraná se fechou na defesa e começou a abusar das faltas -os jogadores receberam quatro cartões amarelos só na primeira etapa.
Mesmo assim, os santistas conseguiram romper o bloqueio do rival e diminuíram a vantagem. Robinho, aos 35min, invadiu a área pela esquerda do ataque e tocou na saída do goleiro Darci.
Os atuais campeões brasileiros deixaram o campo reclamando da arbitragem -lamentavam a não-marcação de duas penalidades, uma legítima, sobre o Diego- e prometendo mais força ofensiva na etapa final.
Mas os jogadores exageraram. Paulo Almeida, logo no início da etapa final, empurrou um rival após disputa de bola. O juiz preferiu abrandar a situação e deu apenas cartão amarelo ao santista.
O tão festejado ataque do Santos -é o melhor da Libertadores até aqui, com 15 gols em três jogos- continuou encontrando dificuldades para chegar ao gol do Paraná. Mesmo após perder Valdir, expulso, o visitante continuou brecando o ímpeto santista.
O cenário da estréia perfeita dos paranaenses começou a se esvair aos 30min. O atacante Nenê, que entrou no segundo tempo, recebeu passe dentro da área e tocou para empatar o jogo em 2 a 2.
A partir daí, o Santos aumentou a pressão. Criou diversas oportunidades para marcar, mas desperdiçou todas. "Erramos demais nos momentos decisivos", resumiu o zagueiro Alex.


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