São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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Time de Parreira pega o Paraguai pelas eliminatórias e abre série de pelo menos dez jogos neste ano contra rivais sul-americanos, que têm incomodado muito o Brasil recentemente

Seleção inaugura turnê de risco contra os vizinhos

Jorge Saenz/Associated Press
Ronaldo e Roberto Carlos participam do único treino da seleção para enfrentar hoje o Paraguai no estádio Defensores del Chaco


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

A seleção brasileira começa hoje uma longa turnê por uma região que é promessa de fortes dores de cabeça para a equipe.
Contra o Paraguai, às 21h45, em Assunção, o time nacional abre contra o Paraguai uma temporada sul-americana que praticamente vai monopolizar o calendário da equipe até o final do ano.
Serão, no mínimo, dez jogos contra rivais que atormentam a vida do Brasil nos últimos anos. Caso triunfe na Copa América do Peru, o número de desafios contra os vizinhos saltará para 13, sendo que apenas três serão disputados em estádios brasileiros.
"Jogar contra o Brasil é uma motivação muito grande para qualquer seleção", afirma Ronaldo, sobre os problemas que o time nacional vem enfrentando nos últimos tempos contra antigos sacos de pancadas.
E foram muitos, não só com a seleção principal. Nas eliminatórias para o Mundial de 2002, o Brasil perdeu seis jogos para os vizinhos. Antes, em toda a história do time em qualificatórios para a Copa, o país só havia perdido uma vez -ainda assim na altitude de La Paz, diante da Bolívia.
De 2000 para cá, o Brasil tem 60% de aproveitamento em jogos diante de sul-americanos, contra quase 70% quando pega adversários de outros continentes.
No ano passado, o país também fracassou nos torneios sub-17 e sub-20 da região. No início deste ano, no Pré-Olímpico do Chile, foi eliminado pelo próprio Paraguai e não conseguiu vaga para os Jogos de Atenas, em agosto.
O técnico Carlos Alberto Parreira pega emprestado do coordenador Zagallo o discurso para que a seleção brasileira supere a série de jogos complicados contra os vizinhos da América do Sul.
"O importante agora é que todos vistam a amarelinha", diz o treinador, fugindo um pouco de seu estilo sóbrio.
Já o lateral Roberto Carlos não vê uma dificuldade maior de atuar na América do Sul e critica as condições em que o Brasil joga nessa parte do planeta.
"Não acho que seja mais difícil jogar na América do Sul. O problema é que, quando jogamos aqui, sempre treinamos pouco, o que dificulta bastante."
A seleção brasileira chega à quinta rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2006 na terceira posição.
Até agora, o time ostenta, enfrentando os mesmos adversários, o mesmo número de pontos conquistado nas quatro rodadas iniciais das eliminatórias para a Copa de 2002. Naquela ocasião, o time também jogou em Assunção com oito pontos até então e saiu de lá em pior condição, já que foi derrotado, no episódio que abriu a crise que culminou com a saída de Wanderley Luxemburgo.
As quatro melhores seleções sul-americanas garantem vaga na Copa da Alemanha. O quinto colocado ainda tem direito a disputar uma repescagem contra o melhor time da Oceania.
Depois de enfrentar o Paraguai, a seleção brasileira volta a campo em junho pelas eliminatórias para desafiar Chile e Argentina. Antes, faz um amistoso em maio contra a França nos festejos da Fifa e ainda tenta arrumar outro adversário no final de abril para azeitar a equipe que até agora não empolgou sob o comando de Parreira.


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