São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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Técnico e Ronaldo temem time torto com Ronaldinho e Kaká, que atuam pelo mesmo lado, e cobram movimentação

Parreira pede sacrifício por "trio de ouro"

DO ENVIADO A ASSUNÇÃO

Pela primeira vez em jogos oficiais a seleção escala Ronaldinho, Kaká e Ronaldo juntos. Mas, para que o trio dê certo, o chefe dos três e o mais experiente membro do grupo pedem sacrifício.
Ao contrário dos últimos anos, quando sempre contou com o canhoto Rivaldo no ataque, o Brasil tem agora uma distribuição menos equilibrada. Sobra talento, mas em posições parecidas.
"Os dois [Kaká e Ronaldinho] jogam na mesma função. Na seleção, algum deles terá que ir para o sacrifício. Não dá para ocupar o mesmo espaço", admite o técnico Carlos Alberto Parreira, em discurso parecido com o de Ronaldo sobre o trio ofensivo.
"Kaká e Rivaldo são jogadores com características diferentes, mas todo mundo tem que fazer um sacrifício e fazer tudo o que o treinador pede", diz o atacante do Real Madrid, prevendo que seus dois companheiros famosos terão que realizar tarefas diferentes das que fazem em seus clubes.
Kaká e Ronaldinho não consideram que haverá falhas de posicionamento contra o Paraguai.
"Não vai ter problema nenhum. Tanto o Kaká como o Rivaldo têm muita movimentação", afirma Ronaldinho, achando que a troca do meia-atacante desempregado pelo jogador do Milan não vai trazer alterações profundas na forma de o Brasil atuar.
"Jogamos na mesma parte do campo, mas o gramado é muito grande e tem espaço para todos. Contra a Irlanda [amistoso em fevereiro] jogamos juntos e tivemos bons momentos", explica Kaká.
Com a efetivação do destaque do Milan no time titular, o Brasil terá poucos jogadores que usam a perna esquerda e trabalham mais por aquele lado do campo -Parreira costuma dizer que gosta de ter um time equilibrado entre destros e canhotos.
Dos jogadores de linha que começam o confronto de hoje à noite com o Paraguai em Assunção, só Roberto Carlos, pela lateral esquerda, e o meia Zé Roberto têm como pé forte o esquerdo.
"Estava acostumado a jogar com o Rivaldo. Mas agora estou me entrosando com o Zé Roberto para ajudar no ataque e até fazer gols", disse Roberto Carlos, que se queixou de dores musculares na segunda-feira, mas não será problema para a partida diante da seleção paraguaia.
Na zaga, Lúcio e Roque Júnior são destros, assim como os volantes Gilberto Silva e Renato. Pior ocorre no ataque, onde Ronaldinho, Ronaldo e Kaká usam preferencialmente o pé direito.

Preocupação
Além de evitar que o time fique "torto", Parreira tem como grande preocupação a defesa. Depois de ter dado um tipo de ultimato a Roque Júnior e Lúcio no jogo com a Irlanda, o treinador vê o confronto como outro grande teste para os dois.
Parreira, depois de assistir a vários vídeos de jogos dos paraguaios, considera as bolas alçadas pelo lateral-direito Arce para os atacantes Santa Cruz e Cardozo como o grande problema que seu time terá pela frente.
"Eles terão que ficar atentos o tempo inteiro", disse o treinador sobre o que espera a sua dupla de zagueiros no Defensores del Chaco. (PAULO COBOS)


NA TV - Paraguai x Brasil, ao vivo, às 21h45, na Globo


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