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Preocupada, Ferrari quer clonar difusor polêmico
Diretor da equipe diz que componente não estaria pronto antes de Barcelona
Escuderia diz que, com a
disputa pelo título de 2008,
deixou de lado as pesquisas
aerodinâmicas e não será
fácil conseguir se recuperar
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE
Única das dez equipes da F-1
a não ver ao menos um de seus
dois carros cruzar a linha de
chegada do GP da Austrália, anteontem, a Ferrari já começa a
pensar em alternativas para
não ficar para trás das rivais nas
próximas etapas do Mundial.
E, pela primeira vez, assumiu
em público que "uma versão"
do difusor usado por Brawn
GP, Williams e Toyota está em
seus planos, apesar de ainda esperar que o julgamento na Corte de Apelações da FIA, na terça-feira da semana que vem, o
julgue fora do regulamento.
"Precisamos rever nossas
prioridades, mas dificilmente
estaríamos prontos para estrear [um difusor novo] em
Barcelona [quinta prova, no dia
10 de maio]", afirmou Luca Baldisserri, diretor da Ferrari.
Anteontem, em Melbourne,
a peça que provoca tanta polêmica foi a maior atração na formação do grid. Aldo Costa, diretor técnico da Ferrari, Adrian
Newey, projetista da Red Bull, e
até Nelson Piquet, que acompanhava o filho, tentaram espiar o difusor dos carros da
Brawn antes da largada.
Localizado na traseira dos
monopostos, o equipamento
serve para dar mais estabilidade aos veículos, melhorando a
pressão aerodinâmica.
Atenta, a equipe de Ross
Brawn postou três mecânicos
em cada modelo para esconder
a peça com as pernas e evitar
clones nas próximas corridas
-a segunda etapa será realizada neste domingo, na Malásia.
"Tendo em vista as mudanças radicais nas regras e o fato
de termos tido que nos concentrar na disputa pelo título até o
fim em 2008, acabamos deixando nossos rivais com quatro
ou cinco meses para fazer pesquisas aerodinâmicas", falou o
dirigente ferrarista.
"A aerodinâmica é uma área
em um carro de F-1 que equivale a cerca de 80% e na qual não
vai ser fácil nos recuperarmos."
O motivo de preocupação da
equipe se justifica. Felipe Massa abandonou na 46ª volta a
corrida de anteontem com um
problema em um dos componentes do sistema de direção.
Já seu companheiro, Kimi
Raikkonen, após perder o controle do carro e tocar no muro,
deixou a prova a três voltas do
fim com o diferencial avariado.
Foi o pior começo de temporada da equipe de Maranello
desde 1992, quando a dupla
Jean Alesi e Ivan Capelli não
terminou o GP da África do Sul,
abertura daquele Mundial, por
problemas nos motores.
Em 2008, mesmo não tendo
completado a corrida australiana, Raikkonen "herdou" a oitava colocação depois que Rubens Barrichello, à ocasião na
Honda, foi punido por fazer seu
pit stop com o safety car na pista. Naquele GP, só sete carros
receberam a bandeirada.
Anteontem, porém, o número foi maior: 13 pilotos completaram a etapa de abertura da F-1. A Brawn (ex-Honda), que fazia sua estreia na categoria,
conquistou a dobradinha com
Jenson Button e Rubens Barrichello em primeiro e segundo
lugares, respectivamente.
O campeão Lewis Hamilton,
que largou em último no grid
por ter trocado a caixa de câmbio de seu McLaren, teve sorte
e completou a prova em quarto,
com um carro nitidamente pior
que o da concorrência.
O piloto inglês, no entanto,
ganhou a terceira colocação
mais tarde, já que Jarno Trulli,
da Toyota, foi punido por ter ultrapassado Hamilton durante o
período do safety car.
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