São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2011

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FUTEBOL

RODRIGO BUENO

@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

Neymar resgata a boa e a má malandragem

A MALANDRAGEM do jogador brasileiro sempre foi algo cercado de elogios. Garrincha, a quem Neymar já foi comparado e a quem já se comparou, simboliza bem a boa malandragem, o drible, o jogo lúdico, a ginga.
Mas o batismo de Neymar no futebol europeu, num jogo em que ele resolveu a partida com dois gols, resultou em vaias, por um lado estranhas e por outro lado merecidas, para o astro nacional.
Não é de hoje que os brasileiros conhecem a técnica e a capacidade do craque santista de simular faltas e pênaltis. Só que poucos são os que o reprovam por isso no país. Seus técnicos lucram com seu estilo cai-cai, juízes e comentaristas de arbitragem veem falta no primeiro contato no prodígio.
Na Europa, notadamente na Inglaterra, o maior pecado que um jogador pode cometer é ser falso, querer ludibriar de alguma forma, simular. Neymar deitou e rolou, literalmente, em campo. E achou só uma explicação para os apupos que vinham dos animados britânicos, grandes amantes do futebol.
Por conta de uma lamentável banana atirada por um turista alemão adolescente, o racismo foi a explicação encontrada por Neymar. Ele não chegou a pensar que seu estilo encantador de jogo pode ser algo menor aos olhos europeus que suas quedas frequentes.
A lição foi das mais valiosas por vários motivos. Em breve, Neymar estará na Europa, possivelmente na Inglaterra, talvez no Chelsea. Caso não assimile essa cultura de não enganar, deverá ter mais problemas do que Cristiano Ronaldo teve em vários estádios ingleses.
Insistindo mais nas jogadas e não indo ao solo sistematicamente, Neymar dará um passo a mais na direção de Messi, com quem pode duelar pelo troféu de melhor jogador do mundo no futuro.
A viagem a Londres ganhou uma esticada para que a imagem do garoto, com a ajuda de Ronaldo, ganhasse mais força na Europa. A molecagem do cabelo aos pés tornou-se manchete no continente que abriga a nata do futebol. A primeira impressão foi ótima do ponto de vista técnico, mas ele traz na bagagem acusação torta de racismo e rótulo de "diver".
Ainda não está pronto.

RECORDE
QUEM CONTA OS GOLS É A IFFHS
E o centésimo gol de Rogério Ceni chegou. Justo, foram cem bolas na rede em partidas amplamente conhecidas. Mas a Fifa, que faz ótimas estatísticas de seus torneios, não conta nada disso, não há ninguém na entidade contando gol de tudo quanto é jogador de tudo quanto é país de tudo quanto é torneio. A IFFHS é quem tenta fazer isso com seus critérios (sem amistosos). Só ela conta 98.


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