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TÊNIS
Em sua melhor campanha em Grand Slams, tenista avança às oitavas em Paris e aguarda a companhia de tricampeão
Saretta vence e divide holofote com Guga
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Único tricampeão de Roland
Garros em atividade, Gustavo
Kuerten ganhou com Flávio Saretta um compatriota para dividir
um pouco os holofotes em Paris.
Saretta alcançou ontem seu melhor resultado em um Grand Slam
ao derrotar o espanhol Galo Blanco (7/6, 6/3, 2/2 e abandono) e
avançar às oitavas-de-final.
Guga tenta seguir o exemplo do
colega de Copa Davis e hoje pega
o argentino Gastón Gaudio.
Apesar do currículo infinitamente inferior, disputa apenas
seu segundo Roland Garros, Saretta, 78º do mundo e nenhum título de expressão, já teve a oportunidade neste ano de jogar na
Philippe Chatrier (a quadra central do complexo) o que em 2003
ainda não aconteceu com Guga,
ex-líder do ranking e 18 títulos.
Na segunda rodada, Saretta,
classificado pelo site do torneio
como "pouco conhecido", atuou
na principal quadra de Paris e
derrotou o russo Ievguêni Kafelnikov, campeão em 1996, em um
jogo de quase quatro horas.
"A sensação de jogar na quadra
central, sendo aplaudido no final
do jogo por aquele monte de gente, é indescritível", disse Saretta
após derrotar o russo.
As chances de ele voltar à Philippe Chatrier na disputa por uma
vaga nas quartas-de-final são
grandes já que seu adversário será
o americano Andre Agassi, um
dos maiores tenistas da história e
campeão em Paris em 1999.
Enquanto isso, Guga estreou na
quadra 1 -pela primeira desde
2000 atuou fora da central ou da
Suzanne Lenglen, as duas mais
nobres de Roland Garros.
A vitória sobre o marroquino
Hicham Arazi, na segunda rodada, aconteceu na Suzanne Lenglen, mesma quadra programada
para a partida de hoje.
Enquanto Kuerten, campeão
em 1997, 2000 e 2001, ainda está
distante de repetir seus títulos
(precisa vencer mais cinco partidas), Saretta atravessa o melhor
momento de sua carreira.
Sua fase mais avançada em um
dos quatro torneios da série mais
importante do tênis havia sido a
terceira rodada em Wimbledon,
na temporada passada, quando
acabou eliminado pelo também
brasileiro André Sá.
Com suas três vitórias em Paris,
Saretta se torna o sexto tenista do
país na Era Aberta (a partir de
1968) a ficar pelo menos entre os
16 melhores em Roland Garros.
"Ainda não me dei conta do que
está acontecendo. Não estou pensando no que já conquistei aqui
em Paris", disse Saretta, cuja vitória sobre Kafelnikov foi classificada por Guga como espetacular.
Único brasileiro a vencer a chave masculina de um Grand Slam,
Kuerten não tem muitas oportunidades de dividir as atenções de
seu país com um compatriota, como tradicionalmente acontece
com argentinos ou espanhóis.
Isso aconteceu em Roland Garros em 1999, quando Fernando
Meligeni fez sua melhor campanha e foi às semifinais.
Kuerten acabou parando nas
quartas, o que fez alguns brasileiros que compraram ingressos para acompanhá-lo nas semifinais
torcerem por Meligeni.
Naquele ano, um eventual confronto 100% brasileiro aconteceria nas semifinais. Agora, a chave
de Roland Garros só coloca Guga
e Saretta, que estão empatados no
confronto direto em 1 a 1, frente a
frente em uma eventual decisão.
"Creio que nós, brasileiros, estamos fazendo um grande torneio",
disse Guga sobre a edição 2003.
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