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São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

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TÊNIS

Em sua melhor campanha em Grand Slams, tenista avança às oitavas em Paris e aguarda a companhia de tricampeão

Saretta vence e divide holofote com Guga

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Único tricampeão de Roland Garros em atividade, Gustavo Kuerten ganhou com Flávio Saretta um compatriota para dividir um pouco os holofotes em Paris.
Saretta alcançou ontem seu melhor resultado em um Grand Slam ao derrotar o espanhol Galo Blanco (7/6, 6/3, 2/2 e abandono) e avançar às oitavas-de-final.
Guga tenta seguir o exemplo do colega de Copa Davis e hoje pega o argentino Gastón Gaudio.
Apesar do currículo infinitamente inferior, disputa apenas seu segundo Roland Garros, Saretta, 78º do mundo e nenhum título de expressão, já teve a oportunidade neste ano de jogar na Philippe Chatrier (a quadra central do complexo) o que em 2003 ainda não aconteceu com Guga, ex-líder do ranking e 18 títulos.
Na segunda rodada, Saretta, classificado pelo site do torneio como "pouco conhecido", atuou na principal quadra de Paris e derrotou o russo Ievguêni Kafelnikov, campeão em 1996, em um jogo de quase quatro horas.
"A sensação de jogar na quadra central, sendo aplaudido no final do jogo por aquele monte de gente, é indescritível", disse Saretta após derrotar o russo.
As chances de ele voltar à Philippe Chatrier na disputa por uma vaga nas quartas-de-final são grandes já que seu adversário será o americano Andre Agassi, um dos maiores tenistas da história e campeão em Paris em 1999.
Enquanto isso, Guga estreou na quadra 1 -pela primeira desde 2000 atuou fora da central ou da Suzanne Lenglen, as duas mais nobres de Roland Garros.
A vitória sobre o marroquino Hicham Arazi, na segunda rodada, aconteceu na Suzanne Lenglen, mesma quadra programada para a partida de hoje.
Enquanto Kuerten, campeão em 1997, 2000 e 2001, ainda está distante de repetir seus títulos (precisa vencer mais cinco partidas), Saretta atravessa o melhor momento de sua carreira.
Sua fase mais avançada em um dos quatro torneios da série mais importante do tênis havia sido a terceira rodada em Wimbledon, na temporada passada, quando acabou eliminado pelo também brasileiro André Sá.
Com suas três vitórias em Paris, Saretta se torna o sexto tenista do país na Era Aberta (a partir de 1968) a ficar pelo menos entre os 16 melhores em Roland Garros.
"Ainda não me dei conta do que está acontecendo. Não estou pensando no que já conquistei aqui em Paris", disse Saretta, cuja vitória sobre Kafelnikov foi classificada por Guga como espetacular.
Único brasileiro a vencer a chave masculina de um Grand Slam, Kuerten não tem muitas oportunidades de dividir as atenções de seu país com um compatriota, como tradicionalmente acontece com argentinos ou espanhóis.
Isso aconteceu em Roland Garros em 1999, quando Fernando Meligeni fez sua melhor campanha e foi às semifinais.
Kuerten acabou parando nas quartas, o que fez alguns brasileiros que compraram ingressos para acompanhá-lo nas semifinais torcerem por Meligeni.
Naquele ano, um eventual confronto 100% brasileiro aconteceria nas semifinais. Agora, a chave de Roland Garros só coloca Guga e Saretta, que estão empatados no confronto direto em 1 a 1, frente a frente em uma eventual decisão.
"Creio que nós, brasileiros, estamos fazendo um grande torneio", disse Guga sobre a edição 2003.


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