São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2007

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numa fria

Zaga vacila, e Santos congela no Sul

Ávalos faz pênalti tolo, e Adaílton perde bola boba nos gols que dão vantagem ao Grêmio na semifinal da Libertadores

Edison Vara/Reuters
Zé Roberto, que teve atuação discreta ontem no Olímpico, escapa de carrinho do gremista Sandro


Grêmio 2
Santos 0

JULYANA TRAVAGLIA
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE

O frio era grande, mas não o suficiente para causar neve. Muito menos provocar uma avalanche. Porém, com a ajuda de Ávalos e Adaílton, o fenômeno aconteceu ontem à noite no Olímpico, em Porto Alegre. Na metáfora, é claro, com a correria desenfreada da torcida gremista na arquibancada, ao festejar os 2 a 0 no primeiro jogo da semifinal da Libertadores.
Com a derrota no Sul, o Santos perdeu a invencibilidade de 12 jogos na competição. E fica mais longe de chegar à sua quarta final do torneio e garantir o terceiro título (venceu em 1962 e 1963). Agora, os santistas precisam vencer por três ou mais gols de diferença, na próxima quarta-feira, na Vila Belmiro -vitória por 2 a 0 leva a decisão para os pênaltis.
Como era de se esperar, o Grêmio começou a sufocar os visitantes logo no início. Mas, apesar do domínio, os sulistas pouco assustaram Fábio Costa, com Gavilán chutando por cima da meta santista.
Até foi do Santos o primeiro lance real de perigo. E pelo lado esquerdo, onde os paulistas encontravam mais facilidade. Kléber deu passe preciso para Marcos Aurélio. O atacante cortou um defensor, mas esbarrou na defesa de Saja.
A melhor oportunidade do Grêmio caiu nos pés de Tuta, que recebeu passe de Lúcio, matou no peito e mandou rente à meta de Fábio Costa.
O abafa dos donos da casa, que em seis jogos no Olímpico conquistaram um empate e cinco vitórias, era grande. E a pressão externa era ainda maior. Até mesmo antes do jogo, a torcida do time gaúcho gritava e cantava. E não foi diferente com a bola rolando. Com tanto incentivo e uma ajudinha extra do adversário, não ficou difícil para o Grêmio marcar.
Afobado, Ávalos abraçou Diego Souza dentro da área, fazendo pênalti. Era tudo o que a torcida sulista queria para fazer a avalanche no Olímpico. ""Ele [Diego Souza] me segurou primeiro. Depois, o árbitro foi na dele", justificou Ávalos.
Na cobrança, Tcheco deu o sinal verde para a já tradicional festa gremista: todos desceram ao mesmo tempo da arquibancada: 1 a 0, aos 35min.
Dois minutos depois, novo festejo. E de novo da torcida do Grêmio. E mais uma vez em um erro individual da zaga paulista, para o desespero dos cerca de 2.000 santistas no estádio.
Adaílton cochilou e perdeu a bola. ""Tentei avisá-lo [Adaílton], mas não deu", lamentou Ávalos. Serelepe, Carlos Eduardo aproveitou a bobeira do beque, avançou, tocou rasteiro na saída de Fábio Costa e provocou a segunda avalanche: 2 a 0.
""O campo estava molhado. Consegui roubar a bola e marcar", festejou o avante sulista.
Na tentativa de deixar seu time mais ofensivo, Vanderlei Luxemburgo pôs Tabata, Pedrinho e Moraes na etapa final, sacando Alessandro, Jonas e Cléber Santana. Não adiantou.
O Santos, que pega o Corinthians no domingo pelo Brasileiro, seguiu pecando nos passes. Tanto que o goleiro Saja, que até interveio na primeira etapa para se manter invicto no Olímpico nesta Libertadores, a todo momento girava os braços e pulava para se aquecer e conter o frio de 5C.


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