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numa fria
Zaga vacila, e Santos congela no Sul
Ávalos faz pênalti tolo, e Adaílton perde bola boba nos gols que dão vantagem ao Grêmio na semifinal da Libertadores
Edison Vara/Reuters
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Zé Roberto, que teve atuação discreta ontem no Olímpico, escapa de carrinho do gremista Sandro |
Grêmio 2
Santos 0
JULYANA TRAVAGLIA
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O frio era grande, mas não o
suficiente para causar neve.
Muito menos provocar uma
avalanche. Porém, com a ajuda
de Ávalos e Adaílton, o fenômeno aconteceu ontem à noite no
Olímpico, em Porto Alegre. Na
metáfora, é claro, com a correria desenfreada da torcida gremista na arquibancada, ao festejar os 2 a 0 no primeiro jogo
da semifinal da Libertadores.
Com a derrota no Sul, o Santos perdeu a invencibilidade de
12 jogos na competição. E fica
mais longe de chegar à sua
quarta final do torneio e garantir o terceiro título (venceu em
1962 e 1963). Agora, os santistas precisam vencer por três ou
mais gols de diferença, na próxima quarta-feira, na Vila Belmiro -vitória por 2 a 0 leva a
decisão para os pênaltis.
Como era de se esperar, o
Grêmio começou a sufocar os
visitantes logo no início. Mas,
apesar do domínio, os sulistas
pouco assustaram Fábio Costa,
com Gavilán chutando por cima da meta santista.
Até foi do Santos o primeiro
lance real de perigo. E pelo lado
esquerdo, onde os paulistas encontravam mais facilidade.
Kléber deu passe preciso para
Marcos Aurélio. O atacante
cortou um defensor, mas esbarrou na defesa de Saja.
A melhor oportunidade do
Grêmio caiu nos pés de Tuta,
que recebeu passe de Lúcio,
matou no peito e mandou rente
à meta de Fábio Costa.
O abafa dos donos da casa,
que em seis jogos no Olímpico
conquistaram um empate e
cinco vitórias, era grande. E a
pressão externa era ainda
maior. Até mesmo antes do jogo, a torcida do time gaúcho
gritava e cantava. E não foi diferente com a bola rolando. Com
tanto incentivo e uma ajudinha
extra do adversário, não ficou
difícil para o Grêmio marcar.
Afobado, Ávalos abraçou
Diego Souza dentro da área, fazendo pênalti. Era tudo o que a
torcida sulista queria para fazer
a avalanche no Olímpico. ""Ele
[Diego Souza] me segurou primeiro. Depois, o árbitro foi na
dele", justificou Ávalos.
Na cobrança, Tcheco deu o
sinal verde para a já tradicional
festa gremista: todos desceram
ao mesmo tempo da arquibancada: 1 a 0, aos 35min.
Dois minutos depois, novo
festejo. E de novo da torcida do
Grêmio. E mais uma vez em um
erro individual da zaga paulista, para o desespero dos cerca
de 2.000 santistas no estádio.
Adaílton cochilou e perdeu a
bola. ""Tentei avisá-lo [Adaílton], mas não deu", lamentou
Ávalos. Serelepe, Carlos Eduardo aproveitou a bobeira do beque, avançou, tocou rasteiro na
saída de Fábio Costa e provocou a segunda avalanche: 2 a 0.
""O campo estava molhado.
Consegui roubar a bola e marcar", festejou o avante sulista.
Na tentativa de deixar seu time mais ofensivo, Vanderlei
Luxemburgo pôs Tabata, Pedrinho e Moraes na etapa final,
sacando Alessandro, Jonas e
Cléber Santana. Não adiantou.
O Santos, que pega o Corinthians no domingo pelo Brasileiro, seguiu pecando nos passes. Tanto que o goleiro Saja,
que até interveio na primeira
etapa para se manter invicto no
Olímpico nesta Libertadores, a
todo momento girava os braços
e pulava para se aquecer e conter o frio de 5C.
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