São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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conflito

Fifa aprova "6+5" e peita assim a União Européia

Limite de cinco estrangeiros por time inicia nova polêmica no futebol mundial

Proposta de Blatter para dar mais equilíbrio às disputas interclubes ganha respaldo de cartolas, mas já tem duro veto no velho continente

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma inovadora proposta que mudaria profundamente o cenário do futebol mundial foi aprovada ontem pela Fifa. O projeto ""6+5" é tão revolucionário que terá ainda que superar uma série de obstáculos para ser colocado em prática.
No 58º Congresso da Fifa, realizado em Sydney, na Austrália, a essência da proposta que teve como grande defensor Joseph Blatter, presidente da máxima entidade do futebol, foi aceita. Basicamente, seria imposto um limite de estrangeiros por clube mundo afora.
O projeto de permitir no máximo cinco jogadores estrangeiros por equipe (a maioria dos times em campo seria formada por ""atletas locais") visa garantir um equilíbrio maior às disputas interclubes. O presidente da Fifa convenceu os demais dirigentes da entidade que o ""6+5" é uma necessidade -foram 155 votos a favor do plano e 40 abstenções ontem.
"Manifesta-se uma desigualdade crescente em termos econômicos e esportivos, particularmente entre os clubes. A competitividade começou a minguar. Muitos clubes não jogam para ser campeões, jogam para terminar em quarto, quinto ou sexto lugar. É algo que não bate com a filosofia de nosso esporte. Devemos tratar de corrigir isso", afirmou Blatter.
Dentre os opositores do plano, estão poderosos clubes europeus, claro, e a União Européia. Blatter até ensaiou uma discussão com políticos e dirigentes dos 27 governos que integram a União Européia, mas deputados já decidiram no dia 8 último vetar o projeto do ""6+5".
Já foi pedido aos países da União Européia que ""não sejam introduzidas novas regras que gerem discriminações baseadas em nacionalidade, tais como a regra "6+5" da Fifa".
A Fifa ainda discutiu outros assuntos relacionados à elegibilidade de jogadores. Uma das maiores preocupações da Fifa hoje é com a avalanche de naturalizações de atletas, muitos sem vínculos familiares e afetivos com seus novos países.
Blatter já disse certa vez que temia no futuro ver uma Copa só com "jogadores brasileiros".
Está determinado que um jogador, para defender uma outra seleção, precisa viver pelo menos cinco anos seguidos nesse país após completar 18 anos.


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