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conflito
Fifa aprova "6+5" e peita assim a União Européia
Limite de cinco estrangeiros por time inicia nova polêmica no futebol mundial
Proposta de Blatter para dar mais equilíbrio às disputas interclubes ganha respaldo de cartolas, mas já tem duro veto no velho continente
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma inovadora proposta que
mudaria profundamente o cenário do futebol mundial foi
aprovada ontem pela Fifa. O
projeto ""6+5" é tão revolucionário que terá ainda que superar uma série de obstáculos para ser colocado em prática.
No 58º Congresso da Fifa,
realizado em Sydney, na Austrália, a essência da proposta
que teve como grande defensor
Joseph Blatter, presidente da
máxima entidade do futebol,
foi aceita. Basicamente, seria
imposto um limite de estrangeiros por clube mundo afora.
O projeto de permitir no máximo cinco jogadores estrangeiros por equipe (a maioria
dos times em campo seria formada por ""atletas locais") visa
garantir um equilíbrio maior às
disputas interclubes. O presidente da Fifa convenceu os demais dirigentes da entidade
que o ""6+5" é uma necessidade
-foram 155 votos a favor do
plano e 40 abstenções ontem.
"Manifesta-se uma desigualdade crescente em termos econômicos e esportivos, particularmente entre os clubes. A
competitividade começou a
minguar. Muitos clubes não jogam para ser campeões, jogam
para terminar em quarto, quinto ou sexto lugar. É algo que
não bate com a filosofia de nosso esporte. Devemos tratar de
corrigir isso", afirmou Blatter.
Dentre os opositores do plano, estão poderosos clubes europeus, claro, e a União Européia. Blatter até ensaiou uma
discussão com políticos e dirigentes dos 27 governos que integram a União Européia, mas
deputados já decidiram no dia 8
último vetar o projeto do ""6+5".
Já foi pedido aos países da
União Européia que ""não sejam introduzidas novas regras
que gerem discriminações baseadas em nacionalidade, tais
como a regra "6+5" da Fifa".
A Fifa ainda discutiu outros
assuntos relacionados à elegibilidade de jogadores. Uma das
maiores preocupações da Fifa
hoje é com a avalanche de naturalizações de atletas, muitos
sem vínculos familiares e afetivos com seus novos países.
Blatter já disse certa vez que
temia no futuro ver uma Copa
só com "jogadores brasileiros".
Está determinado que um jogador, para defender uma outra
seleção, precisa viver pelo menos cinco anos seguidos nesse
país após completar 18 anos.
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