São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Pós-Leão, Santos tem riso e afago

Jogadores treinam às gargalhadas, enquanto técnico interino quer levantar moral evitando críticas

Kléber Pereira deixa clara a insatisfação do elenco com ex-treinador ao atacá-lo pelas críticas feitas ao time santista após sua demissão

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Ao final de um jogo com mau resultado, o time santista era alvo de uma série de críticas do ex-técnico Emerson Leão, que apontava erros sem poupar atletas. Interino, o treinador Márcio Fernandes explicou que evita críticas para não tornar as deficiências ainda piores.
É só um contraste que mostra a revolução no Santos após a demissão de Emerson Leão, nas vésperas do clássico com o São Paulo. Sua saída, conturbada (com troca de reclamações entre ele e jogadores), gerou um ambiente de risadas, desabafos e afagos no ego. Tudo isso escancara que o treinador tinha deixado insatisfeitos no grupo.
Sinais desse fato também são as atitudes dos atletas durante o treino de ontem. Ao fazer um gol contra, o atacante Kléber Pereira caiu na gargalhada e foi abraçado por um sorridente Fábio Costa. O lateral Kléber também ria bastante.
Esses jogadores tinham relação próxima com Luxemburgo, desafeto de Leão. Mas o restante do grupo também ria, gritava e se empurrava, em brincadeiras constantes.
"Do meu lado, sempre fui brincalhão. Há outros jogadores mais sérios. O Vanderlei [Luxemburgo] gostava da rodinha [de brincadeiras], Leão não gostava. Agora, se não ganhar, volta a pressão", explicou Kléber Pereira, que sente dores no tornozelo direito, mas vai jogar.
Por diversas vezes, o atacante mostrou-se contrariado com o o ex-técnico santista. "Não gosto de falar no assunto. Mas o que ele falou não estava certo [criticou o valor do elenco do Santos]. Somos todos profissionais. Por que não falou na cara, quando estava aqui?"
Kléber Pereira, que afirmava não ter problemas com o ex-treinador, disse que os jogadores se reuniram na terça-feira, após a saída de Leão. E prometeu uma mudança de postura da equipe diante do São Paulo.
Se entre Leão e o elenco ainda sobram farpas, os carinhos ao time vêm do interino Márcio Fernandes. Ao falar sobre deficiências do clube, o treinador tentou minimizá-las.
"Quanto mais a gente fala da deficiência, isso aumenta. Acho que temos que motivar os atletas, senão vai piorar", declarou, ao evitar falar sobre os erros de conclusão do time.
Outro trabalho feito por Fernandes foi tentar levantar o moral de alguns jogadores, que ele diz ter encontrado por baixo. Um exemplo é o lateral-direito Filipi, que tinha sido comandado pelo treinador nas divisões de base.
"Encontrei-o bem para baixo em sua auto-estima. Não senti confiança de colocá-lo [em campo]", contou.
Outro que pode ser recuperado é Rodrigo Tabata. Pouco utilizado por Leão, que o questionava em entrevistas, o meia teve conversa longa com Fernandes, que elogiou o seu bom passe. Há a possibilidade de Tabata jogar como ala, em uma formação mais ofensiva. A segunda alternativa é escalar Adriano, que é mais marcador. O restante do time está definido, com três zagueiros e Fabão fora.


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