São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Diego vira nº 1 do país na Copa

Ginasta fatura prata no solo da etapa de Moscou e supera Daiane dos Santos no total de medalhas

Admitindo estar com 60% do potencial físico e com dor nos pés, atleta festeja pódio e traça meta que prioriza o solo e o afasta da mídia

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com dor e longe do auge da forma, Diego Hypólito tornou-se ontem em Moscou o maior medalhista do Brasil na Copa do Mundo de ginástica artística. E resolveu: na volta ao país, irá se poupar e se fechar.
Penúltimo dos oito finalistas a se apresentar no solo, Diego lançou mão de elementos mais simples para compor a série, com o objetivo de evitar que as dores nos pés piorassem. E acabou com a medalha de prata, com 15,625, só 0,025 atrás do russo Anton Golotsutskov.
Com o pódio, Diego, 21, supera Daiane dos Santos e agora é o brasileiro com maior número de medalhas na Copa, que só perde em importância para o Mundial e a Olimpíada.
Agora ele detém 16 pódios (10 ouros, 2 pratas e 4 bronzes), contra 15 (10 ouros, 1 prata e 4 bronzes) da ginasta gaúcha.
"Estou muito feliz e quero deixar bem claro, porque no Brasil há uma cultura de que só o ouro tem importância, que competi com apenas 60% da minha capacidade física e com dores nos dois pés. Isso sem contar que é a minha primeira competição no ano", afirmou.
A etapa da Copa em Moscou marcou a volta do ginasta paulista às competições após seis meses parado, período em que passou por uma cirurgia no joelho direito e até ficou internado em um hospital, com dengue.
Para Diego, porém, as dores não definiram o resultado, e sim a falta de resistência física. "Estou pesado para fazer os elementos. Não fui aqui nem sombra do Diego da Olimpíada."
Apesar de ter testado dois elementos novos na série, o bicampeão mundial de solo tem em mente que melhorar a parte física é sua prioridade até Pequim. "Estou 60%. Daqui duas semanas, no Brasileiro [de 12 a 14 de junho], quero estar com 75%. E, no amistoso em Belarus [no final de junho], quero estar com 85%. Depois, em vez de outra Copa, vou para o Japão [8 de julho] para me preparar e chegar inteiro à Olimpíada."
A competição na Rússia também abriu os olhos do atleta e de seu treinador, Renato Araújo, para outras questões.
A primeira delas, Diego, que ontem ficou em oitavo na final de salto, irá priorizar o solo.
"São dois meses até a Olimpíada. Por isso achamos difícil desenvolver dois saltos 17 pontos cada um [em Moscou, fez um de 16,60 e outro de 16,20], pois os que ele treina nesse valor forçam muito na chegada. E isso é arriscado, pois pode machucar o pé, que já não está 100%. Vamos investir no solo com força total", disse Araújo, que treina Diego há 13 anos.
Além de se poupar para o solo, Diego se fechará para a mídia. "O pessoal tem achado que sou ator de TV. Querem saber da minha vida pessoal e acham que posso dar entrevista e ir a festas a toda hora. Isso acabou. Irei me concentrar em treinar", disse o atleta do Flamengo.
Além de se tornar o maior medalhista do país na Copa -faturou sua primeira medalha no torneio em 2004-, Diego ampliou sua vantagem no ranking mundial de solo. Agora, irá liderar com 134,66 pontos a mais que Marian Dragulescu (ROM), que tem 371,06.


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