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Diego vira nº 1 do país na Copa
Ginasta fatura prata no solo da etapa de Moscou e supera Daiane dos Santos no total de medalhas
Admitindo estar com 60% do potencial físico e com dor
nos pés, atleta festeja pódio e traça meta que prioriza
o solo e o afasta da mídia
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com dor e longe do
auge da forma, Diego Hypólito
tornou-se ontem em Moscou o
maior medalhista do Brasil na
Copa do Mundo de ginástica artística. E resolveu: na volta ao
país, irá se poupar e se fechar.
Penúltimo dos oito finalistas
a se apresentar no solo, Diego
lançou mão de elementos mais
simples para compor a série,
com o objetivo de evitar que as
dores nos pés piorassem. E acabou com a medalha de prata,
com 15,625, só 0,025 atrás do
russo Anton Golotsutskov.
Com o pódio, Diego, 21, supera Daiane dos Santos e agora é o
brasileiro com maior número
de medalhas na Copa, que só
perde em importância para o
Mundial e a Olimpíada.
Agora ele detém 16 pódios
(10 ouros, 2 pratas e 4 bronzes),
contra 15 (10 ouros, 1 prata e 4
bronzes) da ginasta gaúcha.
"Estou muito feliz e quero
deixar bem claro, porque no
Brasil há uma cultura de que só
o ouro tem importância, que
competi com apenas 60% da
minha capacidade física e com
dores nos dois pés. Isso sem
contar que é a minha primeira
competição no ano", afirmou.
A etapa da Copa em Moscou
marcou a volta do ginasta paulista às competições após seis
meses parado, período em que
passou por uma cirurgia no joelho direito e até ficou internado
em um hospital, com dengue.
Para Diego, porém, as dores
não definiram o resultado, e
sim a falta de resistência física.
"Estou pesado para fazer os elementos. Não fui aqui nem sombra do Diego da Olimpíada."
Apesar de ter testado dois
elementos novos na série, o bicampeão mundial de solo tem
em mente que melhorar a parte
física é sua prioridade até Pequim. "Estou 60%. Daqui duas
semanas, no Brasileiro [de 12 a
14 de junho], quero estar com
75%. E, no amistoso em Belarus [no final de junho], quero
estar com 85%. Depois, em vez
de outra Copa, vou para o Japão
[8 de julho] para me preparar e
chegar inteiro à Olimpíada."
A competição na Rússia também abriu os olhos do atleta e
de seu treinador, Renato Araújo, para outras questões.
A primeira delas, Diego, que
ontem ficou em oitavo na final
de salto, irá priorizar o solo.
"São dois meses até a Olimpíada. Por isso achamos difícil
desenvolver dois saltos 17 pontos cada um [em Moscou, fez
um de 16,60 e outro de 16,20],
pois os que ele treina nesse valor forçam muito na chegada. E
isso é arriscado, pois pode machucar o pé, que já não está
100%. Vamos investir no solo
com força total", disse Araújo,
que treina Diego há 13 anos.
Além de se poupar para o solo, Diego se fechará para a mídia. "O pessoal tem achado que
sou ator de TV. Querem saber
da minha vida pessoal e acham
que posso dar entrevista e ir a
festas a toda hora. Isso acabou.
Irei me concentrar em treinar",
disse o atleta do Flamengo.
Além de se tornar o maior
medalhista do país na Copa
-faturou sua primeira medalha no torneio em 2004-, Diego ampliou sua vantagem no
ranking mundial de solo. Agora, irá liderar com 134,66 pontos a mais que Marian Dragulescu (ROM), que tem 371,06.
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