São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Série B comemora supremacia do Corinthians

Com folha salarial dez vezes maior que a média dos rivais, clube é tido como "dono" de vaga na elite, mas tem presença bem-vinda

PAULO GALDIERI
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A desigualdade entre rivais nunca foi tão celebrada por quem está em desvantagem como na Série B do Brasileiro.
O Corinthians entrou na segunda divisão para lutar por uma vaga. Agora, prestes a completar a quarta rodada no "inferno", o time, que hoje enfrenta o Fortaleza, às 16h10, pela quarta rodada do campeonato, esboça um passeio festivo.
Estádios lotados, jogos transmitidos em rede nacional, interesse geral pela inusitada passagem corintiana pela Série B e, principalmente, a maior força financeira do time paulista -mesmo endividado- fazem os adversários apontarem desde já o Corinthians como virtual dono de uma das quatro vagas na Série A de 2009.
Com uma folha de pagamento em torno de R$ 3,9 milhões, o time paulista gasta cerca de dez vezes mais para manter sua equipe do que a média de seus rivais na segunda divisão.
Somados, os salários de Acosta, Diogo Rincón, William e Fabinho -os quatro atletas corintianos mais bem pagos- beiram a casa dos R$ 400 mil. Esse valor é capaz de manter todo o elenco de, por exemplo, um time do porte do Avaí, considerado de boa estrutura e de expressão regional.
"Eu gostaria de que meu time tivesse a mesma capacidade do Corinthians de receber dinheiro", diz o presidente do clube catarinense, João Zunino.
Ainda assim, a presença corintiana é festejada pelos dirigentes adversários.
"É muito melhor ter na Série B um rival como o Corinthians do que ficar só entre os que tradicionalmente disputam a segunda divisão", diz o dirigente do Avaí, que chega até a brincar com o fato de o clube paulista atrair multidões para seus jogos tanto em casa quanto fora. "Tem que tomar cuidado, senão o Corinthians vai jogar todas como mandante."
Entre os clubes sem muita pretensão de chegar à Série A, o fato de poder receber o Corinthians em casa ao menos uma vez na temporada é o suficiente. Caso do Bragantino. Com uma folha em torno de R$ 250 mil, o clube do interior paulista se contenta com a visibilidade e o dinheiro que pode conseguir ao jogar contra a equipe alvinegra na segunda divisão.
"Com o Corinthians [na Série B], os números são outros", afirma Marquinho Chedid, presidente do Bragantino.
Mesmo para equipes que estavam estabilizadas na elite havia algum tempo e caíram na temporada passada com os corintianos, a diferença de poder financeiro é enorme.
O Paraná, que foi rebaixado após sete temporadas seguidas na Série A, manteve os gastos mensais com o time em aproximadamente R$ 600 mil. Quantia semelhante ao teto estabelecido pelo Juventude.


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