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Série B comemora supremacia do Corinthians
Com folha salarial dez vezes maior que a média dos rivais, clube é tido como "dono" de vaga na elite, mas tem presença bem-vinda
PAULO GALDIERI
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A desigualdade entre rivais
nunca foi tão celebrada por
quem está em desvantagem como na Série B do Brasileiro.
O Corinthians entrou na segunda divisão para lutar por
uma vaga. Agora, prestes a
completar a quarta rodada no
"inferno", o time, que hoje enfrenta o Fortaleza, às 16h10, pela quarta rodada do campeonato, esboça um passeio festivo.
Estádios lotados, jogos transmitidos em rede nacional, interesse geral pela inusitada passagem corintiana pela Série B e,
principalmente, a maior força
financeira do time paulista
-mesmo endividado- fazem
os adversários apontarem desde já o Corinthians como virtual dono de uma das quatro
vagas na Série A de 2009.
Com uma folha de pagamento em torno de R$ 3,9 milhões,
o time paulista gasta cerca de
dez vezes mais para manter sua
equipe do que a média de seus
rivais na segunda divisão.
Somados, os salários de
Acosta, Diogo Rincón, William
e Fabinho -os quatro atletas
corintianos mais bem pagos-
beiram a casa dos R$ 400 mil.
Esse valor é capaz de manter
todo o elenco de, por exemplo,
um time do porte do Avaí, considerado de boa estrutura e de
expressão regional.
"Eu gostaria de que meu time
tivesse a mesma capacidade do
Corinthians de receber dinheiro", diz o presidente do clube
catarinense, João Zunino.
Ainda assim, a presença corintiana é festejada pelos dirigentes adversários.
"É muito melhor ter na Série
B um rival como o Corinthians
do que ficar só entre os que tradicionalmente disputam a segunda divisão", diz o dirigente
do Avaí, que chega até a brincar
com o fato de o clube paulista
atrair multidões para seus jogos tanto em casa quanto fora.
"Tem que tomar cuidado, senão o Corinthians vai jogar todas como mandante."
Entre os clubes sem muita
pretensão de chegar à Série A, o
fato de poder receber o Corinthians em casa ao menos uma
vez na temporada é o suficiente. Caso do Bragantino. Com
uma folha em torno de R$ 250
mil, o clube do interior paulista
se contenta com a visibilidade e
o dinheiro que pode conseguir
ao jogar contra a equipe alvinegra na segunda divisão.
"Com o Corinthians [na Série
B], os números são outros",
afirma Marquinho Chedid,
presidente do Bragantino.
Mesmo para equipes que estavam estabilizadas na elite havia algum tempo e caíram na
temporada passada com os corintianos, a diferença de poder
financeiro é enorme.
O Paraná, que foi rebaixado
após sete temporadas seguidas
na Série A, manteve os gastos
mensais com o time em aproximadamente R$ 600 mil. Quantia semelhante ao teto estabelecido pelo Juventude.
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