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copa-2014
Fifa anuncia hoje sedes e futuros elefantes brancos
Consultoria diz que várias cidades não fizeram estudo de viabilidade dos estádios
Em evento em Nassau, nas Bahamas, entidade que comanda o futebol divulga as 12 capitais que irão receber partidas do Mundial
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A NASSAU
A Fifa anunciará oficialmente hoje, às 15h30 (de Brasília),
as 12 cidades brasileiras escolhidas para receber jogos da
Copa do Mundo de 2014. A reboque, estádios fadados a se
tornarem elefantes brancos.
O anúncio, em Nassau, nas
Bahamas, revelará um cenário
com várias cidades de pouca representatividade no futebol.
Com a elite dos clubes concentrada no Sul e no Sudeste,
haverá seis ou sete arenas caras
erguidas em outras regiões do
país. Sem times fortes economicamente, essas capitais devem ver problemas no futuro.
Cientes da ameaça, a maioria
dos projetos das cidades candidatas prevê shoppings centers,
complexos esportivos e espaços para shows, entre outros
itens. Argumentam que, assim,
os estádios vão se pagar.
A estratégia, porém, é vista
com descrença pela consultoria
PricewaterhouseCoopers.
Contratada pela Abdid (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base), a
empresa foi responsável por estudo da infraestrutura das 17
capitais candidatas a sediar a
Copa-2014 que será usado pelo
governo federal como referência para planejar o evento.
"Coloco um show, um shopping center, coloco isso ou
aquilo e gero receita. Não é bem
desse jeito que funciona", ressalvou o consultor da Price
Maurício Girardello, que analisou projetos relacionados ao
Mundial. "Existe uma série de
outras coisas a considerar. Tem
que fazer uma análise de mercado. Um estudo de viabilidade,
o que é sofisticado..."
O consultor acredita que a
maioria das cidades não fez estudo de pré-viabilidade dos estádios, embora não tenha certeza sobre o dado. Ou seja, não
foi analisado se há potencial
econômico na população para
explorar os espaços comerciais,
para shows e para o futebol.
Para Girardello, em geral, onde não há futebol forte também
é difícil existir força econômica
para custear outros eventos.
Em um dos Estados, o qual não
revela, os especialistas da Price
fizeram um projeto de exploração alternativa do estádio, fora
o futebol. "No mês que executamos, deu prejuízo."
Nos bastidores, a CBF reconhece que a maioria dos projetos dos estádios é ainda um esboço, o que significa que não
tem pronto dados essenciais de
viabilidade e de estrutura.
Por isso, em encontro no
próximo dia 8, no Rio, a Fifa e
Comitê Organizador Local vão
apontar o que dá para seguir e o
que não é viável nos projetos
escolhidos. A CBF promete que
eles terão até agosto para abrir
licitação em busca de PPPs
(parceria público-privadas) e
concessão de estádios, o que
poderia antecipar as obras.
"O meu já estaria pronto para
lançar a licitação porque já é
um projeto inteiro", afirmou o
presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Fábio
Simão, apoiado pela CBF.
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