São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2010

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Engrenagem

Levantamento revela que Luis Fabiano precisa de Kaká para jogar o futebol que o tornou a principal esperança de gols do Brasil

MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Pouca gente tem tantos motivos para torcer para que Kaká esteja 100% fisicamente na Copa do Mundo da África do Sul como Luis Fabiano.
Jogando com o antigo companheiro de São Paulo, o atacante de 29 anos tem números de Pelé na seleção de Dunga. Quando Kaká não está ao seu lado, seu desempenho é próximo do sofrível.
Com o atual treinador no comando, Luis Fabiano e Kaká atuaram juntos 15 vezes, e o Brasil não perdeu nenhuma (13 vitórias e 2 empates).
Nesses duelos, o atleta do Sevilla, clube que deve deixar antes da próxima temporada europeia, fez 16 gols, ou 1,07 por jogo. Balançou as redes em nove oportunidades, ou em 60% das partidas.
Quando Kaká desfalcou a seleção, Luis Fabiano não foi nem sombra disso. Foram nove jogos e três gols marcados -passou em branco sete vezes. A média de 0,33 não chega a um terço do seu desempenho com o meia-atacante do Real Madrid em campo. E a performance da seleção ficou nos 55%.
Tanto Luis Fabiano como Kaká se apresentaram na seleção depois de contusões. O primeiro disse estar plenamente recuperado, enquanto o segundo ainda não deu entrevistas desde que o time se apresentou, dez dias atrás.
"Eu não sabia da gravidade da lesão. Depois que fiz o exame e mandei para os médicos da seleção, fiquei mais tranquilo. Trabalhei bastante, até em três períodos, e agora estou trabalhando em dois [ontem, só ele e Kaká treinaram pela manhã]."
Confiante de que tanto ele quanto Kaká vão estar em boas condições no Mundial, Luis Fabiano não repete agora a mesma ambição das eliminatórias, quando deixou claro que desejava a artilharia -o que não aconteceu.
"Ser o melhor da Copa é difícil. Eu gostaria mesmo é de beijar aquela taça e desfilar no carro aberto. Isso é o que fica marcado, não adianta nada ser o artilheiro, com a chuteirinha de artilheiro, sem ser campeão", disse.
Na entrevista coletiva, Luis Fabiano achou espaço até para minimizar o faro de gol do argentino Messi, atual melhor jogador do mundo.
Isso ao comentar os principais concorrentes à artilharia da Copa. "Eu acho que o [inglês] Rooney e o Villa, da Espanha, são jogadores que fazem muitos gols. São esses."


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