|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O tropeço da Espanha
A Espanha comemora o fato
de ter menos fúria e mais toque de bola. Não é um time
de raça. É técnico. E foi essa
a diferença fundamental na
campanha na Eurocopa,
quando ganhou jogando bonito. Sí, se puede...
Mas o amistoso contra a
Arábia Saudita, no sábado,
vencido por 3 a 2 com gol de
Llorente no último minuto,
evidenciou que há coisas a
resolver. Na Eurocopa, Marcos Senna fazia o trabalho
sujo. Cobria os lados do
campo, função dividida no
amistoso por Xabi Alonso e
Busquets. Não funcionou.
O ponto então é tirar um
dos dois volantes e voltar a
ter o time que brilhou até as
semifinais da Euro, em um
4-4-2 com duas linhas de
quatro homens, a de meio
de campo construída por
David Silva, Xavi, Marcos
Senna e Iniesta.
Hoje, no lugar de Senna
joga Xabi Alonso, muito
mais lento do que o brasileiro. No segundo gol saudita,
a falta de proteção na cabeça da área foi evidente.
A dificuldade da avaliação desses amistosos pré-
-Copa é ficar na medida certa. Eles dão indícios do que
anda certo ou errado.
Antes do Mundial da
Ásia, quem subestimou a
derrota da França, favorita,
para a Bélgica, azarão, se
deu mal. A França foi eliminada na primeira fase.
A correção, após o fiasco
contra a Arábia Saudita, é
trocar Busquets por Fernando Torres. Assim, o time jogará com duas linhas de
quatro e dois atacantes, como fazia até a lesão de
Villa, na semifinal da Euro.
A dúvida é se Xabi Alonso, lento, conseguirá fazer a
proteção dos dois lados. Se
fizer, a Espanha pode jogar
com a bola no pé e o toque
envolvente que definiram o
estilo vencedor em 2008.
Em Madri e Barcelona,
festeja-se o jogo bonito e a
certeza de que é ele o que leva ao título. Jogar feio e perder, afinal, é a história do
futebol espanhol.
TREINO E PROBLEMAS
Gilberto Silva e Felipe Melo
erraram mais passes do que
podem no primeiro treino coletivo da seleção brasileira
em Johannesburgo. Coletivamente, esse foi o maior problema de um time bem posicionado, que correu e falou
muito, os pontos positivos. Individualmente, a grande
questão é Kaká. Visivelmente, o camisa 10 do Brasil ainda não está em forma e, sem
ritmo de jogo, errou passes e
evitou as jogadas mais sérias.
Texto Anterior: Ambicioso, Júlio Baptista se diz preparado Próximo Texto: Zimbábue iguala amistoso a taça Índice
|