São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
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AUTOMOBILISMO
Carros ostentam patrocínio
F-1 volta a desafiar ação antitabagista

FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Hockenheim

O primeiro treino livre para o GP da Alemanha, ontem, transmitiu um recado da F-1 para os países europeus: quando possível, a categoria não vai mais abrir mão do patrocínio tabagista.
Pela primeira vez desde a década de 80, os carros entraram no circuito de Hockenheim carregando as marcas de cigarro, ainda a principal fonte de renda de grande parte das equipes.
Com o gesto, a F-1 rompeu um acordo de cavalheiros que mantinha com o governo alemão.
"Voluntariamente, vínhamos correndo aqui sem os logotipos de cigarro. Mas, no início do ano, consultamos o Ministério da Saúde da Alemanha e decidimos mudar isso", disse Paul Jordan, diretor de marketing da BAR.
Segundo ele, as equipes concordaram em retirar as marcas de cigarro apenas dos caminhões estacionados na área do paddock.
O que se viu ontem no autódromo, porém, poderia ser entendido como o resultado de uma decisão tomada às pressas: enquanto alguns mecânicos usavam seus uniformes habituais, outros trouxeram para Hockenheim a versão com os logotipos encobertos.
Há anos, a F-1 corre sem o patrocínio tabagista em três países: Inglaterra, Alemanha e França.
Apenas a legislação francesa, porém, proíbe de forma categórica o cigarro nos GPs.
A decisão de romper o acordo com o governo alemão evidencia a pressão que a categoria vem sofrendo da indústria tabagista.
A cada ano, o setor injeta US$ 400 milhões na F-1. Das 11 equipes do Mundial, 7 têm o tabaco como seu principal patrocinador (um time, a BAR, pertence a uma multinacional do tabaco, a BAT).
Por determinação da União Européia, a F-1 tem até 2006 para se livrar da publicidade tabagista. Mas a categoria já anunciou que deixará o cigarro em 2002.
NA TV - Treino oficial para o GP da Alemanha, Globo, ao vivo, às 8h


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