São Paulo, sábado, 31 de agosto de 2002

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AUTOMOBILISMO

Dois projetos visam aumentar participação do país na categoria

EUA podem amenizar crise da F-1

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SPA

Antigo objetivo dos homens-fortes da F-1, o mercado norte-americano pode, enfim, ajudar a categoria a sair de uma das piores crises financeiras de sua história.
Separadamente, há pelo menos dois projetos para aumentar a participação dos EUA no esporte e, assim, injetar uma dose de capital -e ânimo- nas escuderias.
A principal dessas iniciativas salvaria a Arrows do buraco. Ontem, a rede britânica BBC informou que um bilionário americano do setor de mineração, Cal Smith, estaria fechando uma negociação para comprar a equipe.
A notícia parece ter fundamento. No final da tarde, o time, com dívidas estimadas em US$ 20 milhões, anunciou que não vai participar do GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps. O motivo: está na iminência de ser vendido.
"Profissionais estiveram trabalhando duro para que a negociação fosse concluída antes do final de semana. Infelizmente, devido à grande quantidade de documentos, não foi possível", afirmou o comunicado emitido pela equipe.
Antes de anoitecer, os caminhões da Arrows já deixavam o circuito belga. Quando ressurgir, em Monza, provavelmente já será movido a capital dos EUA.
Por vias tortas, Bernie Ecclestone daria mais um passo para a aproximação com o mercado que a F-1 persegue há tempos.
Decepcionado por não correr em Spa, o brasileiro Enrique Bernoldi disse que espera uma conclusão rápida: "Já estava esperando não correr. Agora só me resta ir para casa. Estou tão desapontado que não vou assistir ao GP."
A segunda iniciativa parte da Red Bull, marca austríaca de bebidas energéticas que começa a se fixar nos EUA. Depois de comprar um time na IRL, a empresa agora está disposta a colocar um piloto norte-americano na F-1.
Já lançou até um programa, o "Driver Academy" (em inglês, academia de pilotos). O eleito provavelmente estará na categoria no ano que vem ou em 2004 -o favorito à vaga é A.J.Allmendinger, 20, vencedor de Barber Dodge, categoria-escola da Indy.
O resultado final do projeto vai ser divulgado no GP dos EUA.
Nos dois casos, equipes de F-1 seriam beneficiadas. Com as verbas de patrocínio minguando e os custos da categoria crescendo, pelo menos três enfrentam dificuldades: Arrows, Minardi e Jordan. Para os dirigentes da categoria, esse repentino flerte com os EUA não poderia vir em melhor hora.


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