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Prancheta do PVC
Clássico sem ambição
HÁ FRASES emblemáticas, que, quando
ditas pelos jogadores, indicam o acerto ou o erro
da preparação de uma equipe.
Minutos antes do clássico São
Paulo x Palmeiras, o zagueiro
André Dias disse esperar o
Palmeiras defensivo.
Liste os acertos e os erros
dos primeiros oito jogos da
gestão Muricy Ramalho. Em
nenhum duelo como visitante, o time se encolheu. Seja na
vitória contra o Sport, seja no
empate com o Atlético-MG,
seja na derrota para o Coritiba, o Palmeiras forçou a marcação no campo de ataque nos
primeiros 20 minutos.
Contra o Atlético, marcando na frente, o time levou um
contra-ataque que resultou
no gol de Éder Luís. Contra o
São Paulo, quase aconteceu o
mesmo. Com o time inteiro
na frente, a bola lançada para
Washington por pouco não
surpreende o goleiro Marcos.
Ou você vê futebol sempre
ou corre o risco de fazer análise equivocada. Como dizer
que o Palmeiras iria ao Morumbi com postura defensiva.
O que determinou o empate
no clássico foi a falta de interesse na vitória nos dois lados.
A ambição que sobra à política
palmeirense faltou ao time.
Faltou também ao São Paulo,
como se o empate sem gols
fosse bom para os dois lados.
O São Paulo, no entanto,
melhorou na partida a partir
dos 25min do primeiro tempo, com a boa atuação de Richarlyson e os deslocamentos
de Dagoberto no ataque.
Escalado como atacante para fazer dupla com Washington, Dagoberto rodava o campo, voltava à intermediária,
incomodava os marcadores
Pierre e Edmilson. Também
por isso, Muricy trocou Ortigoza por Souza, no intervalo.
Abriu mão do sistema com
dois meias e dois volantes,
usado somente na primeira
das três campanhas de títulos
brasileiros pelo São Paulo.
"Mudamos, porque o time ficou manjado", diz, sobre o
Tricolor de 2006.
É bom ter jogadores que
fazem diferença num lance,
como Diego Souza e Cleiton
Xavier. Ontem, eles fracassaram. Diego foi vencido pela
marcação de Richarlyson, no
primeiro tempo, pela de Renato Silva, no segundo. Cleiton Xavier foi batido por
Arouca, na segunda etapa -e
pela lesão no tornozelo. Sem
os maiores talentos, sumidos
-Hernanes está nessa lista-,
o clássico ficou insosso.
SOUZA X EDMILSON
Souza é um carrapato, desarma demais, mais do que
Pierre, mas tem defeitos no
passe. Edmilson entra no time titular porque, supõe-se,
é melhor nesse aspecto. Mas
não é. Aos 29min, um contra-ataque quase resultou
em gol de Washington, lance
que se originou em saída de
bola equivocada do camisa 3.
BORGES X WASHINGTON
Borges entrou no lugar de
Washington aos 11min do segundo tempo. Há são-paulinos que não suportam ver o
atacante titular matar bolas
de canela. Refinamento à
parte, é ele quem leva mais
perigo. Borges se movimenta, abre espaços, fez gols decisivos em 2008. Mas hoje
quem finaliza é o camisa 9.
FIASCO DE LEONARDO
Alguém dirá que o Milan tem um time muito inferior ao
da Inter e isso explica a goleada de 4 a 0 sofrida no clássico de anteontem. Entretanto há fragilidades graves no
trabalho de Leonardo, como deixar Ronaldinho adiantado,
quase como um centroavante, com Borriello de um lado e
Alexandre Pato de outro. Quem fazia a ligação do Milan
era o volante Flamini. E só. Ciro Ferrara, líder com a Juventus, começa a carreira de uma maneira mais segura.
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