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Cidades têm planos sem orçamento para a Copa
À Fifa governos listam projetos de infra-estrutura, mas sem dar custos
Maioria das candidatas prevê investimento no setor de transporte, como metrô e aeroporto; item já foi o mais caro na Copa da Alemanha
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No dossiê de candidatura
brasileira à Copa-2014, não faltam idéias dos governos dos Estados para melhorar a infra-estrutura de suas cidades para receber o evento. Falta informar
quanto cada uma das propostas
vai custar aos cofres públicos.
"Apenas umas poucas cidades-sedes deram informação
sobre a quantidade de dinheiro
público para ser alocado para a
investimentos em infra-estrutura", conta o relatório de inspetores da Fifa.
Não é um gasto pequeno. Estudo da Fifa, após o Mundial da
Alemanha, estimou que o evento custou entre 8 bilhões (R$
22,2 bilhões) e 27,8 bilhões.
Mais da metade desse valor,
em torno de 4,5 bilhões (R$
12,5 bilhões), foi com transporte, incluindo ferrovias, rodovias e aeroportos. Há outros
gastos - como hotelaria e centro de imprensa - que elevam
mais a fatia da infra-estrutura
no orçamento alemão.
Até agora, o governo brasileiro já acenou que ainda é cedo
para estimar seus gastos no
Mundial. O ministro do Esporte, Orlando Silva, limita-se a dizer que vai fiscalizar os recursos públicos para evitar estouro do orçamento público como
no Pan 2007, quando o valor foi
multiplicado por nove.
"Não dá para dizer [o custo].
Seria mero chute", contou César Febba, da Agência Goiana
de Esporte. "Os investimentos
já previstos para a cidade seriam suficientes. Mas claro que
vamos fazer mais."
Goiânia prevê um aeroporto
novo, aumento do número de
hotéis e investimento em sistema de segurança, com helicópteros. A intenção de aumentar
o aeroporto é comum a todas
as cidades.
Até porque a Fifa prevê que o
transporte aéreo será a principal forma de deslocamento dos
torcedores pelo país. Prevê até
deslocamentos em massa.
O BNDES pode ser um dos financiadores de projetos de
transporte, como deixou claro
o presidente do banco, Luciano
Coutinho, que até admite analisar propostas em relação a investir em estádios também.
O único investimento em
ferrovia previsto é o trem-bala
entre o Rio de Janeiro e São
Paulo. Mas, dentro dos limites
urbanos, há diversas cidades
que apostam na expansão de
suas redes de metrô, debaixo
da terra ou na superfície.
É o caso de Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Campo
Grande e Fortaleza, entre outros. "Só vamos antecipar o que
já estava previsto", contou o secretário de Esporte do Ceará,
Ferrucio Feitosa, que quer o
metrô para 2010, quatro anos
antes do previsto inicialmente.
Sua cidade ainda espera um
investimento em um hotel flutuante para 2014. Assim como
Manaus aposta em seus hotéis
na selva. A Fifa apontou quatro
cidades com hotelaria insuficiente, sem informar quais delas estavam na lista.
Os investimentos cantados
pelos Estados confundem-se
com os previstos no PAC, incluindo medidas para transporte e segurança. "Há R$ 900
milhões previstos para obras
no Estado pelo PAC", disse a
secretária de Esportes do Pará,
Maria Lucia de Macedo.
Na segurança, a Fifa cita o
PAC do governo para a área,
com total de US$ 3,3 bilhões
(R$ 5,8 bilhões).
Mas, como orçamento para
obras da Copa, o governo do
Mato Grosso, entre os ouvidos
pela Folha, foi o único que deu
estimativa: R$ 650 milhões.
Cidades como Curitiba e
Brasília dizem que já têm estrutura suficiente para ter o
Mundial. Mas a capital também deve investir para buscar
o centro de mídia da Copa.
Colaborou a Sucursal Rio
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