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Projeto inclui estádios ociosos após o Mundial
Das 18 arenas propostas, a maioria com fundo público, 10 ficam em locais onde não há times na Série A do Brasileiro
Até agora, empresas do exterior mostram interesse em investir no Mineirão e no Maracanã, que devem ser cedidos em duas licitações
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo tamanho e pela localização dos estádios, há o sério risco de o projeto da Copa-2014
no Brasil gerar elefantes brancos modernos, após o evento.
Há a proposta de quatro novas arenas e a reforma e renovação completa de outras 14. A
CBF estima gasto de 1,1 bilhão (R$ 2,7 bilhões) de recursos privados. Mas pelo menos
11 projetos envolvem dinheiro
público, revelou a Folha.
Em média, os 18 estádios teriam 53.147 lugares. Esse número deve subir quando forem
cortadas cidades menores, com
arenas mais reduzidas. Na Copa da Alemanha, os estádios
eram quase do mesmo tamanho: 52.900 lugares, em média
Só que o Campeonato Alemão teve média de público de
37.644, na edição 2006/2007.
O Brasileiro, chegou a 16.349
pagantes na atual edição, após
crescimento de mais de 20%.
Além disso, das 18 cidades
brasileiras, 10 não têm sequer
jogos da Série A do Nacional.
São os casos de Fortaleza, Salvador, Maceió, Natal, Campo
Grande, Cuiabá, Manaus, Rio
Branco, Belém e Brasília.
Os sete estádios que serão reformados nessas cidades são
dos governos dos Estados. As
outras três arenas seriam concebidas por meio de Parcerias
Público-Privadas (PPPs).
"A princípio, o governo fará
uma concessão [estádio]. Caso
não tenha investidor, o governo assume", disse o secretário
de Esporte de Mato Grosso, José Joaquim. A estimativa é que
o Verdão custe R$ 350 milhões.
Essa fórmula é adotada em
vários estádios em que há menor atração do futebol. Para
tornar viáveis as arenas, os políticos acenam com a transformação em arenas para shows.
"Pode-se receber equipes para pré-temporada", contou o
secretário de Esporte de Campo Grande, João Rocha, sobre o
Morenão, com custo estimado
em R$ 150 milhões.
Times dos dois Estados do
Centro-Oeste não estão sequer
na Série B do Brasileiro. Já no
Pará, a única equipe na Segundona, o Remo, está para cair. O
Mangueirão, de Belém, será reformado e gerido pelo Estado,
que gastará R$ 52,8 milhões.
Em Manaus, o Vivaldão, com
40.550 lugares, também receberia só times da Série C. Os
novos Zagallo Arena e Estrelão,
em Maceió e Natal, teriam um
time cada na Série B.
Não apareceram investidores internacionais para esses
estádio até agora. Já houve interesse de empresas, como Luso Arenas e IMG, para Maracanã e Mineirão. Nestes casos, os
governos dos Estados farão licitações para concessões.
"As regras não prevêem cessão para clubes, mas para empresas", contou o secretário de
Esporte de Minas Gerais, Gustavo Corrêa.
(RODRIGO MATTOS)
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